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BTG (BPAC11) mantém compra para B3 (B3SA3), mas reduz preço-alvo

BTG (BPAC11) mantém compra para B3 (B3SA3), mas reduz preço-alvo

O banco BTG Pactual (BPAC11) divulgou relatório sobre a B3 ($B3SA3), mantendo a recomendação de Compra para as ações da bolsa de valores brasileira, mas reduzindo o preço-alvo para dezembro de 2024 de R$ 17 para R$ 14, após análise do resultado operacional do terceiro trimestre de 2023 e ajuste das projeções para os próximos dois anos.

O preço-alvo ainda representa uma valorização potencial acima de 25% para os papéis em relação ao fechamento desta sexta-feira (20), a R$ 11,15. No ano, as ações da B3 acumulam perda de cerca de 9%.

B3 (B3SA3): cenário desafiador pela frente. 

Para os analistas do BTG, o cenário de médio e longo prazo se mostra “mais desafiador do que o esperado anteriormente”. O banco leva em conta, inclusive, a possibilidade de fim do benefício fiscal para os juros sobre o capital próprio (JCP) a partir de 2025, conforme projeto de lei que o governo tenta aprovar no Congresso para ampliar a arrecadação e reduzir o déficit fiscal, ainda que a alteração possa ser compensada de alguma forma por reduções de alíquota em outros impostos.

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“O momento de curto prazo definitivamente não é positivo, mas com as ações sendo negociadas a 13,3x a projeção de patrimônio líquido para 2024 e 13,4x P/L em 2025, e dada a forte geração de fluxo de caixa da B3, com robustos pagamentos de dividendos e recompras, decidimos deixar nossa recomendação de Compra intacta”, dizem os analistas.

Na semana passada, a B3 (B3SA3) divulgou seus números operacionais de setembro, sugerindo um risco negativo em comparação às projeções do BTG e do mercado. “Tanto o ADTV de ações do terceiro trimestre quanto o ADV de derivativos ficaram 5% abaixo de nossas estimativas anteriores (ADTV: -12% t/t; -10% a/a; ADV: -9% t/t; 29% a/a). Os volumes estimados de operações de balcão ficaram um pouco abaixo de nossas estimativas, em R$ 8 bilhões (-7% t/t; 4% a/a), enquanto os volumes de custódia (R$ 15,5 bilhões) foram um pouco melhores (3% t/t; 10% a/a). No entanto, esperamos que as quedas trimestrais de quase dois dígitos no ADTV/ADV sejam parcialmente compensadas por um mix melhor: os derivativos de índices de ações ADV subiram 5% t/t (e são mais lucrativos do que ações à vista)”, aponta o relatório.

As negociações de derivativos de CDI de maior prazo permitiram um aumento de 5% na receita por contrato, em reais. Assim, o BTG aumentou a estimativa de Opex em 4%, para R$ 916 milhões (7% t/t e 8,5% a/a), refletindo maiores despesas com D&A e pessoal.

“Como resultado, “apenas” reduzimos nossas projeções de faturamento e lucro do terceiro trimestre em 2%, para R$ 2,216 bilhões (-1% t/t; -2% a/a; 2% abaixo do consenso) e 6% para R$ 1,020 bilhão (-3% t/t; -1% a/a; 7% abaixo do consenso)”, completam os analistas.

B3 (B3SA3): queda nas estimativas de ADTV 

O banco BTG Pactual afirma que estimar o ADTV para os próximos anos é uma tarefa ainda mais complexa quando se considera a incerteza global em relação às taxas de juros dos EUA e as preocupações em torno do cenário político/fiscal do Brasil.

“Anteriormente, projetamos que os cortes na taxa Selic estimulariam mais volumes entre investidores de varejo e institucionais, levando a um ADTV de quase R$ 30 bilhões em 2024. No entanto, após números fracos no terceiro trimestre e um ADTV de outubro com média de apenas R$ 19,4 bilhões no acumulado do mês, reduzimos nossas estimativas em quase 20% para cerca de R$ 25 bilhões (estável a/a). Ainda esperamos uma redução nas taxas de juros locais para impulsionar os volumes, mas agora numa base inferior. Por outro lado, decidimos considerar uma margem ADTV de ações à vista estável no próximo ano, ajudada por investidores de varejo/institucionais aumentando sua participação de negociação em relação aos traders de alta frequência (HFT)”, aponta a análise.

Os especialistas, no entanto, reduziram a estimativa de empréstimos de títulos para 2024 para R$ 357 milhões (12% a/a) e aumentou ligeiramente a projeção de custos operacionais para R$ 2,661 bilhões (6% a/a, ex-D&A). “Também aumentamos a nossa estimativa de alavancagem para refletir o guidance recentemente mais alto para o final de 2023 de 2,3x dívida líquida/EBITDA, embora se espere que esta métrica diminua nos próximos anos”, explica o relatório..

 Cenário com possível fim do JCP em 2025

Os analistas do BTG consideram que a possibilidade de fim dos JCP deve ser levada em conta, ainda que haja chances de compensação e de tratamento especial para o setor financeiro.

“Ao todo, reduzimos nossas projeções de receita e lucro para 2024 em 5%, para R$ 8,749 bilhões ( 5% a/a) e 10%, para R$ 4,606 bilhões ( 12% a/a), e para 2025 em 6% para R$ 9,85 bilhões ( 7% a/a) e 17% R$ 4,702 bilhões ( 2% a/a)”, dizem os analistas.

O desempenho instável das ações no atual cenário, para o BTG, reflete o sentimento de risco, os menores volumes de negociação e o potencial fim dos JCP, mas o banco ainda considera o investimento atrativo diante dos números sólidos da empresa. “Se a atividade do mercado de capitais melhorar, a B3 é um bom nome para surfar essa onda. Assim, mantemos nossa recomendação de Compra após a recente correção”, concluiu o relatório do BTG sobre a B3 ($B3SA3).