A Auren (AURE3) reportou um prejuízo líquido de R$ 363,6 milhões no quarto trimestre de 2024 (4TRI24), revertendo o lucro de R$ 220,2 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, a companhia também ficou no vermelho, com um prejuízo de R$ 32,6 milhões, frente ao lucro de R$ 15,6 milhões obtido em 2023.
Apesar do resultado negativo, a Auren registrou um avanço na receita líquida, que somou R$ 3,6 bilhões no 4TRI24, um crescimento de 35% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No consolidado do ano, a receita atingiu R$ 11,25 bilhões, alta de 17,7%. O desempenho foi impulsionado, sobretudo, pelo segmento de comercialização, que avançou 83,7% no trimestre e 44,2% no ano, totalizando R$ 7,08 bilhões em 2024.
Já a receita da área de geração de energia cresceu 17% no trimestre, para R$ 1,79 bilhão, e 10,4% no acumulado do ano, chegando a R$ 6,08 bilhões.
Auren (AURE3): EBITDA ajustado cai 12,7% no trimestre
Mesmo com o crescimento da receita, a AURE3 reportou queda no EBITDA ajustado, que somou R$ 889,8 milhões no 4TRI24, uma retração de 12,7% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano, o indicador também recuou, totalizando R$ 3,3 bilhões, uma queda de 5%.
A margem EBITDA ajustada ficou em 24,7% no trimestre, uma redução de 13,5 pontos percentuais em relação ao 4T23, refletindo a pressão sobre os custos e a volatilidade do mercado de comercialização de energia.
Chuvas melhoram reservatórios, mas 2024 foi um dos piores anos hidrológicos
O quarto trimestre de 2024 marcou o início do período úmido nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, impulsionando a recuperação dos reservatórios responsáveis por cerca de 93% da capacidade de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN). O avanço de frentes frias e a formação de um corredor de umidade entre o Norte e o Sudeste favoreceram chuvas acima da média em bacias estratégicas para a geração hidrelétrica. No entanto, a precipitação permaneceu abaixo da média no restante do SIN, impactando a oferta de energia.
Apesar da melhora no último trimestre, 2024 foi um dos anos mais desafiadores em termos hidrológicos. Os nove meses anteriores ao período chuvoso foram marcados por recessão hídrica, afetando diretamente a Energia Natural Afluente (ENA). Nos meses de setembro e outubro, os índices ficaram abaixo dos registrados no mesmo período de 2023, mas em dezembro houve uma recuperação significativa, revertendo a tendência negativa.

A ENA bruta no 4T24 atingiu 91% da Média de Longo Termo (MLT), inferior aos 117% observados no 4T23, quando a precipitação intensa na região Sul elevou os índices. Já a ENA Armazenável, que representa a energia que pode ser efetivamente armazenada nos reservatórios, atingiu 87% da MLT no período, 14 pontos percentuais acima do mesmo período de 2023.
Mesmo com a recuperação no fim do ano, 2024 registrou o pior desempenho em ENA desde a crise hídrica de 2021, sendo o segundo pior ano da história para a região Sudeste/Centro-Oeste. Essa condição impactou os preços de curto prazo da energia, tanto em níveis médios quanto em volatilidade, representando um desafio adicional para o setor elétrico.
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