Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Ações
Notícias
Americanas (AMER3): prejuízo acumulado de R$ 19,1 bilhões em 2021 e 2022

Americanas (AMER3): prejuízo acumulado de R$ 19,1 bilhões em 2021 e 2022

A Americanas (AMER3) reportou um prejuízo acumulado de R$ 19,149 bilhões nos exercícios de 2021 e 2022, de acordo com dados revisados apresentados nesta quinta-feira (16) pela empresa, , nos primeiros resultados publicados desde a revelação de fraudes contábeis, em janeiro deste ano.

O prejuízo de 2021 foi de R$ 6,237 bilhões, ante um lucro informado inicialmente de R$ 544 milhões. No caso de 2022, cujos valores consolidados não haviam sido apresentados ainda, o prejuízo líquido é de R$ 12,912 bilhões.

Americanas AMER3 resultados 2021-2022
Fonte: Americanas

Segundo a empresa, a fraude se dava da seguinte forma:

Publicidade
Publicidade
  • Contratos de VPC (verbas de propaganda cooperada) fictícios eram lançados como redutores de custo de mercadoria vendida, melhorando artificialmente o resultado operacional. A contrapartida era um lançamento redutor da conta de fornecedores;
  • Operações financeiras de risco sacado eram contratadas para sanar a necessidade de caixa da Companhia e eram indevidamente lançadas na conta de fornecedores, neutralizando o lançamento de VPCs nesta mesma conta;
  • Os encargos financeiros das operações de risco sacado (e capital de giro) eram também indevidamente lançados na conta de fornecedores, não transitando em contas de resultado e majorando o resultado da Companhia;
  • Um grande volume de outras despesas diversas (como folha de pagamento e fretes) eram indevidamente capitalizadas;
  • Operações financeiras de capital de giro de curtíssimo prazo, realizadas para apresentar uma posição irreal de caixa ao final dos trimestres, eram indevidamente lançadas na conta de fornecedores e neutralizadas com o lançamento de VPCs fictícios.

Com os ajustes, a Americanas (AMER3) registrou, ao final de 2021, um endividamento bruto de R$ 27,567 bilhões, praticamente todo ele de curto prazo, com dívida líquida de R$ 13,945 bilhões, ante um número fictício de R$ 1,738 bilhão em caixa.

Para o fim de 2022, a dívida líquida da varejista praticamente dobra, para R$ 26,287 bilhões, enquanto o endividamento bruto considerado é de R$ 37,331 bilhões. Os resultados para os três primeiros trimestres deste ano ainda não foram apresentados.

americanas AMER3 endividamento
Fonte: Americanas

Americanas (AMER3): projeções para o fim de 2023

A Americanas (AMER3) apresentou também nesta quinta-feira suas projeções de resultados para o fim de 2023, com EBITDA em torno de R$ 2,2 bilhão e dívida financeira bruta em torno entre R$ 1 bilhão e R$1,5 bilhão, com saldo em caixa e recebíveis de R$ bilhões e alavancagem menor que 0,75x a dívida líquida sobre o EBITDA.

A empresa informou que essas projeções dependem da aprovação do plano de recuperação judicial, que está em discussão com os principais credores, e se baseiam no desempenho das lojas físicas, com “crescimento de vendas e massa de margem através da ampliação de sortimento e da participação de itens de variedade nesse sortimento”.

A Americanas (AMER3) destacou ainda que seu negócio digital vem buscando neutralidade de resultados, por meio de migração para um modelo que espelha o mix do físico, e que a plataforma AME vem ajudando a rentabilizar a base de clientes, também passando por processo de reestruturação financeira e operacional para ser autossustentável.

“A projeção aqui divulgada é baseada nas expectativas da Companhia sobre o futuro dos negócios. Essas expectativas dependem, substancialmente, de fatores alheios à vontade da companhia, tais como condições de mercado, desempenho da economia brasileira, do setor e dos mercados internacionais”, concluiu a Americanas (AMER3)