A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concluiu que não há indícios de irregularidades na atuação das agências de classificação de risco no caso Americanas (AMER3).
A afirmação é proveniente da área técnica do órgão que, após investigação, recomendou o encerramento do processo que apurava eventual responsabilidade das agências no caso.
A autarquia jugou satisfatórias as respostas de S&P, Fitch e Moody’s às suas indagações sobre o que fizeram depois de o rombo contábil de R$ 20 bilhões vir a público.
Vale lembrar que a Americanas está relacionada em um suposto caso de fraude contábil, investigado tanto pela CVM quanto pelo Ministério Público.
Isso porque no dia 8 de janeiro de 2023 o ex-CEO Sergio Rial trouxe a público a informação acerca de possíveis inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões.
Na sequência, o executivo deixou a empresa menos de dez dias após ter assumido o cargo e, dois dias depois, a companhia deu entrada em um pedido de recuperação judicial.
Uma semana depois o pedido foi aceito e nesta segunda-feira (20) a empresa deveria apresentar seu plano de RJ à Justiça e tudo isso sem ter, até o momento, alcançado qualquer acordo com seus principais acionistas, os bancos, para quem deve R$ 20 bilhões.
As dívidas totais da varejista ultrapassam os R$ 40 bilhões e já há congressistas recolhendo assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a empresa e alguns de seus principais executivos.

Americanas (AMER3): acionistas de referência
Outro ponto de atenção diz respeito aos acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. O primeiro é o homem mais rico do Brasil.
Acontece que boa parte das instituições credoras pressiona para que estes aportem R$ 10 bilhões no capital da empresa. Até o momento a cifra considerada por eles não chegou a R$ 7 bilhões e isso criou um impasse com os principais bancos do país.
Levantamento de O Globo informa que a expectativa agora é para o depoimento do trio de referência à CVM.
O jornalão destaca que não há data marcada, mas eles devem ser ouvidos pessoalmente.
O que são agências de rating?
As agências de classificação risco ou de rating funcionam como medidoras de risco e são usadas pelo mercado financeiro para instruir investidores quanto às melhores decisões sobre onde colocar o dinheiro e fazer render.
Tanto empresas quanto governos estão sob o escrutínio dessas empresas ao longo do ano todo, avaliando desde o time de executivos e gestores públicos e suas decisões até acontecimentos políticos que possam afetar a capacidade de as empresas e governos pagarem seus credores.
Ibovespa
A ação AMER3 subia 10,58%, por volta das 16h09 de hoje, cotada a R$ 1,14.
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