A plataforma do Tesouro Direto oferece diversos tipos de papéis. A missão é descobrir qual deles se encaixa melhor na carteira do investidor, considerando seus objetivos e o cenário macro econômico.
Para ajudar nesse quesito, este artigo esmiúça melhor o assunto. Siga na leitura e descubra qual é o melhor título do Tesouro.
Confira!
O que é o Tesouro Direto?
Todo governo de todo país tem a possibilidade de buscar recursos junto à sociedade para custear suas despesas. A isso damos o nome de dívida pública e o Brasil também tem um mecanismo desses.
Trata-se do Tesouro Direto, um nome meigo para designar a plataforma na qual são negociados os títulos emitidos pelo Governo Federal, um dos três grandes emissores da renda fixa.
A forma de investimento é bastante simplificada e foi criada em 2002 em uma parceria entre governo e B3, a bolsa de valores de São Paulo.
Por meio dessa plataforma, qualquer investidor interessado pode fazer seu cadastro e começar a investir com valores a partir de R$ 30,00.
É uma forma de democratizar o acesso aos títulos do Tesouro Nacional e também de facilitar a captação de recursos por parte do emissor.
No entanto, é preciso algum conhecimento para adquirir os papéis. Até mesmo porque dependendo do cenário macro econômico e da curva de juros, é possível que haja rentabilidade negativa.
Portanto, a melhor forma de investir é se informando primeiro sobre os tipos de títulos que estão à disposição do investidor.
Quais são os títulos negociados na plataforma?
Existem atualmente três tipos de papéis negociados no Tesouro Direto. Acompanhe a seguir um breve descritivo de cada um deles e suas características.
Tesouro Prefixado
O primeiro título do Tesouro que descreveremos é o prefixado. Trata-se de um papel cujo retorno já é sabido no início do investimento.
Sua rentabilidade é expressa na própria nomenclatura do título, como 10% ao ano, por exemplo. Assim, quem segurar o investimento até o prazo de resgate receberá a taxa acordada inicialmente.
No entanto, como alguns desses títulos são de longo prazo, pode ocorrer a necessidade de resgate antecipado. Na verdade, isso é mais comum do que se possa imaginar.
Nesse cenário as coisas mudam um pouco, pois haverá um evento chamado de marcação a mercado. Nessa situação, o valor pago pelo papel para fazer o resgate não é o da taxa acordada, e sim o valor que o mercado oferta no momento.
Se o ciclo de juros for de alta, a rentabilidade auferida provavelmente será negativa. Isso porque o mercado estima o valor do papel e traz a valor presente.
Assim, a quantia resgatada poderá ser menor que o valor investido inicialmente.
Para consultar a rentabilidade acumulada dos papéis do Tesouro, basta clicar aqui e conferir a tabela fornecida pela própria plataforma.
Perceba que há títulos prefixados com perdas de mais de 10% em 12 meses, como é o caso do Tesouro Prefixado com vencimento em 2027, 2029 e 2031.
Tesouro Selic
Já o Tesouro Selic é classificado como um papel do tipo pós-fixado. Isso quer dizer que não é possível determinar qual será a rentabilidade ao final do período de aplicação.
Sabe-se que ela será positiva, mas em quanto será positivo não se sabe. Por isso o nome de pós-fixado.
A razão para isso acontecer é muito simples: o Tesouro Selic é atrelado a um indexador. Isso quer dizer que sua referência de rentabilidade é dada por tal indicador e a “tarefa” do título é apenas de segui-lo.
Nesse caso, estamos falando da taxa Selic. Vem daí o nome do título.
Como essa é a taxa básica de juros da economia brasileira, ela sofre variações. De acordo com a política econômica do governo em questão e das condições macroeconômicas, a Selic pode estar mais alta ou mais baixa.
Quem decide isso é o Banco Central por meio das reuniões do COPOM, o Comitê de Política Monetária. O encontro se dá a cada 45 dias e a taxa pode ser mantida, elevada ou rebaixada.
O Tesouro Selic renderá mais ou menos em um cálculo diário de acordo com o nível da taxa Selic, acumulando a rentabilidade do papel a cada dia que passa.
Nesse caso, não existe marcação a mercado. O investidor saca o rendimento do período que ficou aplicado e ponto final. Até mesmo por isso esse papel é recomendado para aplicar a reserva de emergência.
Tesouro IPCA
Por fim, temos o Tesouro IPCA. Ele tem esse nome porque também é atrelado a um indicador. Nesse caso é a inflação, também conhecida pela sigla em questão.
Esse papel é um título híbrido. Isso quer dize que sua rentabilidade é composta de uma parte prefixada e outra pós-fixada. Esse mecanismo confere um artifício muito interessante chamado proteção contra a inflação.
Ocorre que sua rentabilidade é expressa por um percentual fixo acrescido da inflação do período, IPCA + 6% ao ano, por exemplo.
Dessa forma, o rendimento do papel será de 6% ao ano acima da inflação, não importando qual é o seu valor. Se a inflação estiver em 10% ao ano, o papel oferece 16% ao investidor.
Essa é uma ótima opção de proteção do principal e vale lembrar que, da mesma forma que os prefixados, esses títulos também sofrem marcação a mercado no caso de resgate antecipado.
Qual é o melhor título do Tesouro na atualidade?
A princípio, a escolha pelo “melhor” título depende dos objetivos do investidor. Se quer fazer reserva de emergência, por exemplo, provavelmente a opção sempre será o Tesouro Selic.
No entanto, também é necessário considerar as condições de mercado.
Conforme vimos, títulos prefixados não são recomendados para ciclos de alta de juros, pois a rentabilidade pode acabar sendo negativa para casos de resgate antecipado.
Outro ponto importante é considerar o aumento expressivo da inflação, impulsionado principalmente pela crise causada pela pandemia.
Assim, quem tiver a intenção de proteger seu capital contra a perda do poder de compra, pode optar por esses papéis também.
Lembrando que o ideal é segurar até o vencimento, pois também pode ocorrer o efeito da marcação a mercado.
Por fim, vale lembrar que existe a opção do pagamento de juros semestrais e, de acordo com a intenção de cada alocação, essa também pode ser uma alternativa a ser considerada.
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