Roberto Duailibi, nome central na história da publicidade no Brasil e cofundador da lendária agência DPZ, faleceu nesta sexta-feira (18), em São Paulo, aos 89 anos. A morte de Duailibi marca o fim de uma era — ele era o último vivo entre os três fundadores da DPZ, ao lado de Francesc Petit e José Zaragoza.
Ao longo de sua carreira, Duailibi ajudou a transformar a propaganda brasileira em uma indústria sofisticada, criativa e culturalmente influente. Seu nome se confunde com campanhas icônicas, como o Garoto Bombril e o Baixinho da Kaiser.
Da Colgate à criação de uma potência criativa
A trajetória profissional de Duailibi começou cedo, em 1952, na Colgate-Palmolive. Em seguida, passou por agências como JWT e McCann Erickson, onde consolidou seu conhecimento técnico e visão estratégica. Mas foi em 1968 que sua grande virada aconteceu: a fundação da DPZ. A agência nasceu com uma proposta ousada para a época — incorporar métodos criativos modernos, como a formação de duplas de criação. Isso a transformou rapidamente em referência de inovação no setor.
Sob a liderança de Duailibi, a DPZ se destacou não apenas pela originalidade das campanhas, mas pela conquista de contas de peso, como Itaú, Nestlé e Souza Cruz. A agência se tornou símbolo de excelência publicitária e teve papel decisivo na profissionalização do setor no Brasil.
Educador, escritor e referência no mercado
Além do trabalho como publicitário, Roberto Duailibi também foi um intelectual e educador da propaganda. Deu aulas, escreveu livros e participou ativamente das discussões sobre os rumos do mercado. Presidiu a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) em dois mandatos, sempre defendendo a ética e a qualidade técnica na comunicação publicitária.
Em 2011, a DPZ foi adquirida pelo grupo francês Publicis, marcando uma nova fase. Em 2022, a agência voltou a operar com sua marca original — um símbolo do impacto duradouro de sua identidade criativa.
Despedida de um mestre da propaganda
O velório de Roberto Duailibi será realizado neste sábado (19), no Cemitério do Morumbi, em São Paulo. Ele deixa um legado que vai muito além dos comerciais memoráveis: sua influência está nos profissionais que formou, nas ideias que promoveu e na forma como ajudou a contar a história do Brasil através da publicidade.
Duailibi não apenas fez propaganda, ele a transformou em arte, cultura e ferramenta de mudança.