A Vinci Compass Investments anunciou nesta segunda-feira (6) a aquisição de 50,1% da Verde Asset Management, gestora liderada por Luis Stuhlberger, um dos nomes mais influentes do mercado financeiro brasileiro. A operação consolida a presença da Vinci no segmento multimercado e cria uma nova potência em alocação de ativos locais e globais na América Latina.
Avaliada em US$ 677 milhões e próxima de sua máxima de 52 semanas, de US$ 10,99 por ação, a Vinci comprará a participação majoritária na Verde por meio de uma combinação de 3,1 milhões de novas ações ordinárias Classe A e pagamento de R$ 46,8 milhões em dinheiro. O contrato prevê ainda a aquisição dos 49,9% restantes em até cinco anos, em um modelo de transação dividido em duas fases e condicionado a metas de desempenho.
Fundada em 2015, mas com origens que remontam a 1997, a Verde Asset administra cerca de R$ 16 bilhões (US$ 2,9 bilhões) em ativos, distribuídos entre fundos multimercado e planos de previdência. A estrutura de governança e a equipe de gestão serão mantidas, com Stuhlberger permanecendo como CEO e Diretor de Investimentos. Ele também se tornará sócio da Vinci Compass, assim como os principais executivos da gestora, que terão parte das ações sujeitas a lock-up de cinco anos.
Vinci Compass e Verde Asset: estratégia de crescimento
Segundo Alessandro Horta, CEO da Vinci Compass, a incorporação da Verde reforça a estratégia de crescimento e excelência da companhia. “A chegada da equipe da Verde eleva o nível da plataforma ao fortalecer nossos comitês de investimento, risco e alocação de ativos com uma das mais respeitadas casas de gestão do país”, afirmou.
Com a conclusão do negócio, a Vinci — que administra e assessora R$ 304 bilhões em ativos — amplia sua atuação no mercado de investimentos alternativos e diversificados. A empresa mantém um perfil financeiro sólido e apresentou crescimento de receita de 76% nos últimos doze meses, reforçando a confiança dos investidores no potencial da fusão.
Recentemente, a Verde Asset anunciou a demissão de 14 funcionários, reduzindo sua equipe de 74 para 60 pessoas, segundo fontes próximas ao assunto em reportagem do Brazil Journal. O fundador Stuhlberger se reuniu com sócios e colaboradores durante o dia para informar sobre as mudanças na gestora.
Entre as principais alterações, vários traders foram desligados, e o time de pesquisa econômica passou por uma reformulação. O book de trading sistemático foi encerrado, e Stuhlberger assumirá a gestão de um dos books de moeda e juros, aumentando sua responsabilidade para 80% do risco do fundo, em comparação aos 70% anteriores.
