O UBS Group AG registrou o maior lucro trimestral de todos os tempos para um banco no segundo trimestre de 2023, de US$ 29 bilhões, após aquisição emergencial do Credit Suisse. A instituição confirmou que integrará totalmente os negócios locais do banco até o próximo ano.
O ganho contábil é resultado da diferença entre o preço de US$ 3,8 bilhões que o UBS pagou pelo Credit Suisse e o valor do balanço patrimonial do credor adquirido. O lucro combinado subjacente atingiu US$ 1,1 bilhão no trimestre.
O UBS comanda cerca de US$ 5 trilhões em ativos de clientes, com a combinação das operações, o que consolida seu status como uma potência global em gestão de patrimônio.
O banco comunicou que terá como meta, agora, uma economia de custos de mais de US$ 10 bilhões até o final de 2026.
O UBS registrou entradas líquidas de dinheiro de US$ 16 bilhões no trimestre, enquanto os fluxos de saída do Credit Suisse diminuíram para 39 bilhões de francos suíços (ou US$ 44,4 bilhões). O banco observa, também, um aumento na atividade dos clientes e espera que os influxos de novos ativos continuem.
Aquisição do Credit Suisse
Quase três meses depois de adquirir o Credit Suisse, o CEO do UBS Sergio Ermotti está concentrado na implementação de uma das maiores fusões já realizadas no setor financeiro global. A iniciativa deverá envolver milhares de cortes de empregos e está repleta de riscos legais, potencial de aumento de custos e controvérsias políticas.
“A combinação reforçará o status de franquia global de primeira linha, da qual nosso mercado doméstico, a Suíça, pode se orgulhar”, disse Ermotti na divulgação de resultados na quinta-feira. “Somos humildes com essa tarefa e com a responsabilidade que nos foi confiada.”
As ações do UBS subiram 40% este ano, o tornando o credor europeu mais bem avaliado. Na abertura do mercado nesta quinta-feira (31), os papéis superaram a alta de 7% em Zurique.
O ganho contábil do UBS no trimestre de 2023 abafa o lucro recorde de US$ 14,3 bilhões do JPMorgan Chase & Co. (JPM; JPMC34) no primeiro trimestre de 2021.
Próximos planos do UBS
O UBS e o Credit Suisse operarão separadamente até a fusão legal planejada para 2024, informou o comprador. A marca Credit Suisse permanecerá em vigor até que os clientes sejam transferidos para os sistemas do UBS, o que está previsto para 2025.
Além disso, o UBS decidiu abrir mão voluntariamente de uma rede de segurança negociada como parte da compra, incluindo uma proteção governamental de 9 bilhões de francos (US$ 9,4 bilhões). A medida dá mais flexibilidade inclusive sobre as franquias domésticas.
Ao mesmo tempo em que sinaliza a força subjacente de seus negócios, a instituição prepara investidores para o processo de integração das operações, que deverá ser concluído até o final de 2026.
O comprador suíço já havia informado que as reduções nos ativos do Credit Suisse poderiam chegar a cerca de US$ 13 bilhões, enquanto os passivos legais poderiam alcançar US$ 4 bilhões no primeiro ano da integração.
O negócio global de gestão de patrimônios do UBS continuou a registrar fortes fluxos de entrada, com o valor de US$ 16 bilhões anunciado como a maior cifra no segundo trimestre em mais de uma década.