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Shein entra com pedido de IPO na bolsa de Hong Kong

Shein entra com pedido de IPO na bolsa de Hong Kong

A varejista chinesa de fast fashion Shein entra com pedido de IPO na bolsa de valores de Hong Kong, segundo revelou o jornal britânico Financial Times. O pedido foi feito de forma confidencial, uma prática comum quando as empresas querem minimizar a exposição antes da aprovação oficial por parte das autoridades reguladoras.

Esse movimento ocorre em meio a tensões regulatórias no Reino Unido e nos Estados Unidos, onde a Shein já enfrentou obstáculos significativos para listar suas ações. O IPO (sigla em inglês para “oferta pública inicial”) pode marcar uma das maiores estreias na bolsa asiática nos últimos anos e é parte de uma tentativa maior da empresa de consolidar sua posição global.

Pressão regulatória e rota alternativa

O plano da Shein de pedido de IPO para listar ações em Hong Kong surge após uma tentativa frustrada de abrir capital nos EUA, barrada pela SEC em 2023. No Reino Unido, o cenário também é complicado: a Shein busca convencer a Autoridade de Conduta Financeira (FCA) a aceitar um prospecto aprovado pela Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC). Mas, segundo o Financial Times, as chances de sucesso são pequenas, já que os padrões entre os dois órgãos são bastante diferentes.

O prospecto — documento técnico exigido para o IPO, contendo dados financeiros, projeções e riscos — tem sido ponto de fricção. A Shein, que conta com um caixa robusto de US$ 12 bilhões (cerca de R$ 65,5 bilhões), precisa convencer os reguladores britânicos de que sua cadeia de suprimentos é transparente, especialmente após críticas envolvendo a possível utilização de algodão de Xinjiang, região chinesa ligada a denúncias de trabalho forçado.

Queda no lucro, aumento nas vendas

Apesar de ostentar números bilionários, a Shein vive uma fase de contraste financeiro. Em 2024, a varejista aumentou suas vendas em 19%, atingindo US$ 38 bilhões (cerca de R$ 207,3 bilhões).

No entanto, o lucro líquido caiu cerca de 40%, ficando em US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões). Essa desaceleração levanta dúvidas sobre a capacidade da empresa de sustentar uma avaliação de mercado de US$ 66 bilhões, valor estimado durante uma consulta privada dois anos atrás.

Bancos e bastidores

Os gigantes financeiros Goldman Sachs, Morgan Stanley e JP Morgan estão por trás das tentativas de IPO da Shein em Nova York, Londres e, agora, em Hong Kong. Nenhum dos três se pronunciou sobre a operação. O mesmo silêncio veio da HKEX (bolsa de Hong Kong), da FCA e da própria Shein.

Segundo o Financial Times, a listagem na HKEX pode abrir espaço para uma futura listagem dupla, caso o Reino Unido mude sua postura. A bolsa asiática é vista como mais flexível quanto aos riscos apresentados nos documentos da empresa.

IPO como passo político e estratégico

A tentativa de listar ações em Hong Kong é mais que uma manobra financeira: é um movimento geopolítico e estratégico. Ao buscar uma alternativa fora dos centros tradicionais como Nova York e Londres, a Shein envia um recado claro sobre sua intenção de crescer globalmente sem depender dos filtros regulatórios do Ocidente.

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