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123Milhas tem prejuízo de R$ 1,6 bi no 1º semestre 

123Milhas tem prejuízo de R$ 1,6 bi no 1º semestre 

A 123Milhas registrou um prejuízo líquido de R$ 1,671 bilhão no primeiro semestre de 2023. No mesmo período do ano passado, as perdas haviam sido de R$ 13,134 milhões. 

Os dados são do balanço da companhia, entregue junto ao pedido de recuperação judicial da 123Milhas, protocolado na Justiça de Minais Gerais na terça-feira (29). O documento foi obtido pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Estadão.

No período, a agência de viagens teve uma receita líquida de R$ 148,494 milhões, em crescimento de 30% em relação ao mesmo período de 2022. Os custos da empresa subiram mais de 15 vezes em um ano, para R$ 825,594 milhões.

A 123Milhas declarou ter R$ 2,3 bilhões em dívidas no momento do pedido de recuperação judicial. A companhia deve entregar ainda sua lista de credores completa. 

Processos

Segundo o documento entregue à Justiça, a 123Milhas acumula cerca de 16,6 mil processos movidos por pessoas físicas, de valores variados. 

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Os processos somam R$ 231,8 milhões, sendo que o maior deles tem valor de R$ 1,2 milhão. Não há detalhamento sobre os motivos de cada ação.

Desvalorização de ativos 123Milhas ultrapassa R$ 818 milhões

A 123Milhas também teve perda, no primeiro semestre deste ano, de R$ 818,582 milhões por desvalorização de ativos, como contas a receber de clientes. 

Segundo a companhia, a linha Promo, que teve as viagens programadas para o período entre setembro e dezembro canceladas, impactaram o valor dos ativos. 

Os valores de recuperabilidade mostraram-se muito abaixo da expectativa anterior, os quais foram ajustados para que reflitam a nova realidade do negócio”, relatou a empresa. Até o fechamento do balanço, a empresa pontuou que não foi possível mensurar com precisão os passivos contingentes, relativos a eventos futuros, relacionados ao pacote promocional.

Contratos a honrar

A 123Milhas vendia pacotes que permitiam a compra de uma espécie de “promessa de viagem”, a um preço mais barato, com a emissão dos bilhetes em um momento posterior. Geralmente, quando a empresa encontrasse no mercado passagens aéreas que tivessem preço equivalente ao pago pelo consumidor.

Entre dezembro do ano passado e junho deste ano, o patrimônio líquido da 123Milhas saiu de R$ 5,8 milhões negativos para R$ 1,6 bilhão negativos. 

A maior variação foi na conta de contratos a embarcar, que diz respeito a passagens compradas pelos clientes e que ainda precisavam ser honradas.

A companhia esperava que o preço das passagens caísse após o período de restrições sociais causadas pela pandemia Covid-19 e que os clientes comprariam mais produtos e serviços. No fim, nenhuma das duas expectativas se concretizou. 

O montante somava R$ 774,269 milhões em junho, em até um ano, em alta de mais de seis vezes em um semestre. O volume a honrar mais de 12 meses à frente pela 123Milhas era de R$ 260,056 milhões, alta de mais de três vezes.