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Cenário cripto: você pode estar no caminho errado; confira coluna de Helena Margarido

Cenário cripto: você pode estar no caminho errado; confira coluna de Helena Margarido

Ao meu ver, existem duas maneiras diferentes de abordar situações com as quais nos deparamos no decorrer das nossas vidas. A primeira é objetiva e pragmática, usando premissas e silogismo para chegarmos às conclusões mais lógicas possíveis. Já a segunda, mais subjetiva, pauta-se nas nossas experiências, aprendizados e intuição sobre aquilo que funciona (ou não) […]

Ao meu ver, existem duas maneiras diferentes de abordar situações com as quais nos deparamos no decorrer das nossas vidas.

A primeira é objetiva e pragmática, usando premissas e silogismo para chegarmos às conclusões mais lógicas possíveis.

Já a segunda, mais subjetiva, pauta-se nas nossas experiências, aprendizados e intuição sobre aquilo que funciona (ou não) para determinarmos as escolhas que fazemos, de acordo com a base empírica que temos.

Ao meu ver, não existe uma forma mais correta, mas tão somente duas lógicas distintas de fundamentar nossos processos de tomada de decisão.

Pessoalmente, costumo compreender melhor tudo que se baseia em critérios mais objetivos, já que em boa parte das vezes não possuo a mesma experiência de outras pessoas em determinados assuntos para poder avaliar se uma decisão mais subjetiva encontra ou não uma lógica assertiva. E, no geral, as coisas funcionam bem com essa pegada mais pragmática para mim.

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Acontece que, quando o assunto é cenário cripto, isso se inverte. 

Seja porque estou há 10 anos no mercado e já vi e vivi muito mais que grande parte das pessoas, ou porque tenho verdadeira paixão por esse assunto.

Fato é que, quando estamos tratando disso, minhas conclusões são pautadas grandemente por um alto grau de subjetividade.

Logo, você pode concluir que o universo cripto, para mim, além de uma escolha de vida, é pessoal. É subjetivo. É, acima de tudo, empírico.

Talvez, exatamente por isso, inclusive, minhas recordações sobre o tema tenham tanta importância. Por isso me preocupo em dividi-las com você, pois assim você consegue entender um pouco mais das minhas avaliações sobre esse tema.

Por isso, para falar sobre o tema de hoje, preciso te levar de volta para o ano de 2014.

Estava eu em Londres por um mês, com minha filha recém-nascida, quando pintou um convite para palestrar na Bitconf, um evento então recém-criado para difundir conhecimentos de cripto no Brasil.

Participei remotamente, com transmissão simultânea, e lembro de ter pincelado alguns temas como a importância da descentralização e a necessidade (ou não) de uma regulação do setor.

Aquele foi o meu primeiro evento de cripto como palestrante e foi incrível perceber como eu podia agregar valor nas ainda incipientes discussões sobre o tema. E, exatamente por ter essa certeza, não parei mais: já perdi as contas de quantas palestras e cursos ministrei, no país e fora dele, ao longo desses últimos 10 anos.

Por isso, aquela Londres de 2014 me marcou tanto. Eu guardava aquela experiência com todo carinho dentro de mim, com toda sua riqueza de detalhes, diversidade e possibilidades que a mais cosmopolita das cidades europeias guardava.

Depois disso, como já antecipei, dei a volta ao mundo (literalmente) falando de cripto para quem estivesse afim de ouvir, ensinando para quem estivesse com vontade de aprender, debatendo, questionando, brigando… enfim, tentando ajudar a construir um mundo mais justo pautado em tecnologias descentralizadas. Mas não tinha mais tocado meus pés em Londres.

Nessa semana, contudo, voltei. Vim palestrar na Blockchain Expo, um mega evento que rolou nesses últimos dois dias, sobre tokenização de ativos.

Qual não foi minha surpresa, então, ao perceber que 8 anos e alguns trilhões de dólares em valor de mercado depois, os insights que tenho e a forma como penso o mercado de criptoativos ainda contribui fortemente para debates relevantes dessa indústria.

Mesmo sendo brasileira. Mesmo tendo uma abordagem subjetiva do tema. Mesmo não conseguindo ficar mais de 1 hora sem falar sobre esse assunto com meus colegas.

Não entenda errado: os últimos dias aqui em Londres foram marcados por discussões riquíssimas sobre novas soluções e modelos de negócio, pautados em blockchain que certamente vão dar o que falar daqui a pouco tempo.

Porém, percebo que ainda há uma carência absoluta de pensadores e filósofos em sentido amplo nesse mercado. Pessoas que estejam preocupadas com algo que vai muito além de ganhar dinheiro investindo, principalmente em reconceituar o mundo com base naquilo que pode ser criado usando todas essas tecnologias descentralizadas.

Por isso, tanto faz se estamos vivendo um bear market, se a FTX quebrou, quem ganhou dinheiro ou o novo marco regulatório dos serviços relacionados a criptoativos no Brasil. 

Aqui na Europa, em meio a mais de 3 mil pessoas, ninguém está ligando muito pra isso.

O que importa nesse momento é aquilo que, na verdade, sempre foi o principal, mas muita gente parece se esquecer: criptoativos são instrumentos para uma profunda revolução social, onde intermediários de confiança são substituídos pela tecnologia e a sociedade tenha importantes ganhos em função da completa aniquilação dessas figuras.

Se você ainda não entendeu isso, sugiro que volte para a primeira casa desse jogo. Releia o whitepaper do bitcoin 100 vezes novamente se for preciso. Veja as discussões de Satoshi no bitcointalk. Entenda o contexto, o “big picture”, tudo que está sendo criado.

Caso você faça tudo isso e ainda assim sua maior preocupação continue sendo o preço do bitcoin, você está no caminho errado. 

Considere voltar para o mercado financeiro tradicional, onde essas discussões de fato têm relevância e sentido. Porque, no cenário cripto, a palavra de ordem é CONSTRUIR. E os resultados disso só vamos conseguir enxergar e colher daqui há alguns anos.

Quer seguir meu canal de recomendações semanais de investimentos em altcoins e major criptos da Monett? Entre aqui.

Por Helena Margarido, criptoanalista da Monett