A EQI Investimentos promoveu, na última quarta-feira (13), o evento “Investidor Imobiliário: o novo ciclo do mercado de FIIs”, no escritório da Faria Lima, em São Paulo. O encontro, em formato de coquetel, reuniu clientes e investidores da casa para debater as perspectivas do setor, com apresentações de Carolina Borges, head e analista de Fundos Imobiliários da EQI Research, e Rafael Sinetti, gestor do EQIR11 pela EQI Asset.
Durante a palestra, Carolina destacou que o mercado de fundos imobiliários vive um momento de virada de ciclo, após dois anos de desempenho mais fraco.
“Estamos entrando em uma nova fase, e quem já está posicionado deve conseguir capturar boa parte da valorização”, afirmou.
A especialista explicou a correlação inversa entre os juros e o IFIX, lembrando que, mesmo com as taxas de juros ainda elevadas, o índice dos fundos imobiliários atingiu máximas recentes devido à expectativa de cortes futuros na Selic.
Segundo ela, esse cenário abre espaço para novas oportunidades, especialmente em fundos de tijolos, que vêm mostrando melhora operacional com a renovação de contratos e avanço nos dividendos.
Entre os fatores de sustentação do novo ciclo, Carolina citou quatro pilares:
- Relação P/VP abaixo da média histórica, o que sugere ativos descontados;
- Diferença relevante entre o rendimento real dos FIIs e os títulos públicos;
- Crescimento consistente dos fundos de tijolos; e
- Negociações atrativas de ativos similares na Bolsa.
A analista também abordou a concorrência com a renda fixa, apontando que, apesar dos títulos públicos ainda oferecerem rendimentos elevados, o retorno potencial dos FIIs tende a superar as locações tradicionais, considerando os riscos e as perspectivas de valorização.
Na sequência, Rafael Sinetti compartilhou a visão da EQI Asset sobre as novas teses de investimento que devem ganhar espaço nos próximos anos. Segundo ele, o mercado de data centers deve se consolidar no Brasil, ao lado de galpões logísticos voltados ao e-commerce.
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“São segmentos que combinam demanda crescente e contratos de longo prazo, o que tende a reforçar a previsibilidade de renda dos fundos”, explicou.
Sinetti também destacou o papel dos investidores institucionais, que já somam cerca de R$ 31,5 bilhões em novas cotas, e defendeu que 2026 pode marcar a retomada do investidor pessoa física nesse segmento.
Encerrando o evento, Carolina reforçou a importância de evitar extremos e manter-se alocado, ajustando gradualmente a exposição conforme o cenário.
“Tentar acertar o timing do mercado pode ser mais frustrante do que recompensador. O foco deve estar na qualidade dos ativos e na consistência das estratégias”, concluiu.
