A Seara, empresa brasileira do ramo alimentício e controlada pela JBS, está sob nova direção. O novo executivo da Companhia, anunciado na última quarta-feira, é Wesley Batista Filho.
Aos 28 anos, Batista Filho estava em preparação para assumir o cargo desde fevereiro do último ano, disse um executivo da JBS ao jornal Valor Econômico.
Dessa forma, o processo foi conduzido por Joanita Karoleski, que comandava a companhia até então.
Nessa etapa de preparação, ele passou a acompanhar o dia a dia da Seara detalhadamente. Isso porque o setor de avicultura é um desafio para o executivo, mais familiarizado com as operações de bovinos.
Apesar disso, Batista Filho possui longa experiência no grupo, já que desde o início da carreira como trainee nos EUA, ele passou pela área de exportação de carne bovina no Brasil. Além de ter comandado os negócios no Paraguai, Uruguai e Canadá.
Em 2017, após a delação envolvendo a JBS, o Batista Filho voltou ao Brasil para assumir o cargo de presidente da plataforma América do Sul.
Na época, ele estava à frente do negócio de carne bovina dos EUA, o mais importante do conglomerado. De acordo com fontes, nesse caminho o jovem empresário ruma em direção ao comando do grupo controlado pelo pai e o tio, Joesley Batista.
Investimentos
A missão de Batista Filho envolve comandar uma companhia que cresce rapidamente.
Isso porque o negócio de alimentos processados, aves e suínos receberá a maior parte dos R$ 8 bilhões que a companhia pretende injetar até 2024.
Segundo divulgado pelo Valor Econômico, o projeto é dobrar a Seara de tamanho.
Para isso os produtores integrados terão de investir R$ 5 bilhões nas granjas de aves e suínos no intuito de ampliar a capacidade de produção.
A intenção é que isso ajude a companhia a ampliar os abates de frango no Brasil, de 4,3 milhões de cabeças diárias para aproximadamente 5 milhões.
Atualmente, os 30 abatedouros de aves da Seara têm capacidade para processar 5,2 milhões de aves. Já a concorrente BRF pode abater mais de 6,5 milhões.
Vale destacar ainda que o grupo JBS fez aquisições na Europa e fortaleceu a Seara com a compra da paulista Marba. Além disso adquiriu os ativos de margarina da Bunge.
Contudo, o negócio de R$ 700 milhões depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).