Victor Adler é um dos maiores investidores da bolsa brasileira. As ações que ajudaram a impulsionar a sua fortuna estão na Eternit (ETER3) e na Oi (OIBR4).
Diretor Presidente da corretora Vic DTVM, Adler também é membro dos Conselhos de Administração da Confab, da Unipar e da Forjas Brasileiras.
Ele nasceu no Rio, em 1946, é formado em Direito pela Universidade Federal Fluminense, e construiu sua fama no mercado de investimentos com muito talento e discrição.
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Victor Adler e a Eternit
Em 2003, época em que o amianto estava proibido na França, Adler percebeu a oportunidade de mercado que se abria. E não deixou passar.
Em companhia de outros dois grandes investidores, Lírio Parisotto e Luiz Barsi, comprou ações da Eternit.
A empresa produz coberturas de fibrocimento e telhas de concreto. Os investidores aproveitaram a saída da multinacional francesa Saint Gobain (que controlava a Eternit) para comprar ações.
O trio, então, adquiriu uma parcela significativa da companhia. Cientes de que o amianto continuava permitido em outros países, apostaram na fabricação de telhas com o componente para atender esses mercados.
No Brasil, o amianto só foi proibido em 2017. Em 5 anos, os sócios, impulsionados pela visão do carioca, fizeram a Eternit alcançar um crescimento de 180%.
A partir de 2009, a empresa, já consolidada, passou a diversificar seus negócios. Investiu na venda de louças e metais sanitários,
A Eternit tem em seu histórico a fama de boa pagadora de dividendos. Foi assim que Adler construiu boa parte de sua trajetória na bolsa, ganhando o respeito do mercado.
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Eternit Solar: da recuperação judicial à aposta na inovação
Em 2018, a empresa começou a substituir o amianto por outros materiais e entrou em recuperação judicial. Ao mesmo tempo, precisou apostar em inovação.
Depois de muito estudo, a companhia decidiu se lançar no mercado de energia solar. A Eternit Solar já tem licença para produzir e para comercializar linhas fotovoltaicas. Esse mercado segue em plena ascensão em todo o território brasileiro.
Hoje, Victor Adler é detentor de 11,33% das ações ordinárias da companhia. Barsi tem 7,74% e a DVGI Fundo de Investimentos, 11,02%.
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Victor Adler e a Oi
Foi também em 2019, ano do “nascimento” da Eternit Solar, que Victor Adler aumentou sua participação acionária na empresa de telefonia Oi, passando a deter 5,3% dos papéis da companhia.
Em julho deste ano, no entanto, Victor Adler informou que, em decorrência de operações de empréstimos de ações, reduziu sua cota, junto com a Vic DTVM, para 7,4 milhões de ações preferenciais.
O valor é correspondente a 4,7% desta classe de ações e a 0,1% do capital total da companhia telefônica Oi.
A Oi está em recuperação judicial desde 2017 e, em meio a uma reestruturação, está negociando a venda de seus ativos de telefonia móvel.
Ela fechou exclusividade com a empresa norte-americana Highline, mas as rivais do mercado brasileiro Claro, Tim (TIMP3) e Telefônica Vivo (VIVT4) estão também no páreo.
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Os outros negócios de Victor Adler
Apesar de ser “o nome por trás” da Eternit e da Oi, Victor Adler não construiu sua fortuna apenas com os dividendos oriundos das duas companhias.
O empresário também possui em seu portfólio 2,14% das ações preferenciais da Unipar, na qual também é sócio de Luiz Barsi.
A Unipar e a Eternit têm uma característica em comum, que talvez explique o interesse de Victor Adler em ambas.
As duas empresas estiveram, entre 2016 e 2019, nas primeiras posições da lista das que mais dividendos pagaram aos seus acionistas.
Com isso, mesmo na crise, elas garantem uma renda quase constante para o investidor.
A Eletrobras (ELET3) é outra gigante que Adler tem em sua carteira. Ele chegou a ter 27% das ações da companhia em 2012, e aumentou consideravelmente sua fortuna.
Destacam-se ainda em seu portfólio Copel (CPLE3), Equatorial (EQTL3) e Celpa (CELP3).
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Aluguel de ações é outra fonte do investidor
Victor Adler também obtém bons resultados com o aluguel de ações.
Por esse método, é possível emprestar suas ações para outros investidores por um tempo definido, em troca de um rendimento fixo.
A operação é segura e sem custos para o doador. A Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) garante, por contrato, que os títulos sejam devolvidos ao legítimo dono após o período firmado para o aluguel.
Apenas da Eternit, Adler já disponibilizou mais de 1,7 milhão de ações para aluguel.
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As dicas de Victor Adler aos investidores
Victor Adler tem três valiosas dicas para os investidores do mercado financeiro:
- Avalie a liquidez… e fuja dos imóveis: “Aplicar em imóveis é terrível. Você precisa pagar advogado, corretor. O preço depende de uma negociação particular e, ainda por cima, é obrigado a comprar ou vender tudo de uma vez. Não pode vender o banheiro e manter a cozinha, por exemplo.”
- Abra o olho para os caminhos improváveis: Adler enxergou no caos de uma empresa francesa (Saint Gobain) uma oportunidade de negócio. Aproveitando que o amianto não era proibido no Brasil, transformou a Eternit em um gigante do mercado de telhas.
- Diversificação nem sempre é solução: A diversificação da carteira é importante, mas não essencial. Se o investidor encontrar uma aplicação realmente rentável, deve focar o esforço financeiro sobre ela, que certamente renderá bons dividendos.
Conheça também a trajetória de Luiz Barsi Filho
Se tem um investidor no Brasil que pode ser identificado como o rei dos dividendos, esse é Luiz Barsi Filho, considerado o maior investidor individual do país.
Órfão de pai ainda muito pequeno e criado pela mãe de origem humilde em um cortiço em São Paulo, Luiz Barsi Filho desafiou a lógica de um futuro sem muitas oportunidades.
Ele trabalhou como engraxate e baleiro de cinema até iniciar a etapa técnica da escola de comércio e conquistar o primeiro emprego de carteira assinada em um escritório de contabilidade.
Os investimentos começaram no final dos anos 1960. De lá para cá, ele enfrentou sucessivas crises e planos econômicos, encontrou seu método de investir e prosperou em (quase) todos os momentos.
Foi mais de meio século comprando e vendendo ações até chegar à posição que ocupa hoje.
“Creio que encontrei muitas oportunidades e soube aproveitar a maioria delas. Embora o primeiro milhão tenha sido importante, não fiquei satisfeito. Como aliás não me sinto ainda hoje”, revela Barsi.
Em suma, a infância difícil forjou o investidor disciplinado que viu no mercado financeiro a oportunidade de enfim conquistar uma vida confortável, fugindo da ideia de que a previdência do governo garantiria seu futuro.
As empresas boas pagadoras de dividendos
A compra de papéis de empresas sólidas e boas pagadoras de dividendos acabou fazendo de Barsi um bilionário.
E ainda, o posicionou como maior acionista individual do Banco do Brasil (BBAS3) e dono de parte respeitável de grandes conglomerados, como Unipar (UNIP6) e Klabin (KLBN11).
“Elas é que deveriam prover nossa aposentadoria”, afirma o autor, que aos 83 anos segue enxergando oportunidades onde outros veem crises.
Foi na década de 1970, às vésperas de se tornar economista, que Luiz Barsi criou o método que anos depois o tornaria bilionário: “carteira previdenciária de ações”.
A estratégia passa longe da aposta no sobe e desce das ações para aumento do capital. Sua aposta era na perenidade e no longo prazo.
Barsi criou um método aparentemente simples, mas que exigia paciência: comprar mil ações de uma mesma empresa mensalmente durante 30 anos.
A partir do oitavo mês, de acordo com o economista, os dividendos recebidos são suficientes para reinvestir e não é mais necessário tirar dinheiro do bolso.
“É investir em bons projetos, é uma parceria de longo prazo, você se torna um pequeno dono dessas empresas”, comentou, ao site da revista Exame.
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