Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Pelo Twitter, Trump pautou o noticiário da guerra comercial

Pelo Twitter, Trump pautou o noticiário da guerra comercial

O acordo assinado nesta quarta-feira (15) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e os representantes de Pequim coloca fim – pelo menos por hora – à guerra comercial entre as duas nações mais poderosas do mundo. Essa tensão, porém, entre o país asiático e o ocidental não seu deu apenas por meios tradicionais.

Desde que ressurgiu no cenário político dos EUA para disputar as prévias do partido Republicano à presidência, as redes sociais e, em específico, o Twitter, têm sido o seu meio predileto de Trump para divulgar as suas ideias.

Polêmicas

Antes de sua chegada à Casa Branca, analistas apostavam que ele adotaria um estilo mais comedido, mas não foi o que sucedeu.

Durante o período de sua campanha presidencial, ele utilizava o Twitter para atacar a sua opositora, Hillary Clinton (Democrata). Já ao chegar na Casa Branca, Trump passou a utilizar a rede social para divulgar as suas futuras ações enquanto presidente.

Desta feita, desenvolveu um novo método no que diz respeito a pautar a imprensa, que passou a acompanhar a sua conta no Twitter com afinco.

Publicidade
Publicidade

E, partir dos seus tuítes, passou a influenciar o mercado, doméstico e internacional.

Comemoração

Donald Trump utilizou hoje (16) a sua conta no Twitter para celebrar a assinatura do acordo comercial com a China:

“Um dos maiores acordos comerciais já feitos! Também é bom para a China e nosso relacionamento de longo prazo. 250 bilhões de dólares voltarão ao nosso país, e agora estamos em uma ótima posição para começar a segunda fase. Nunca houve algo assim na história dos EUA! USMCA NEXT!”, escreveu entusiasticamente o presidente Trump.

Contradição

Lido fora do contexto, temos a impressão de que nunca houve uma tensão político-econômica entre EUA e China. O próprio Trump já chegou a afirmar em seu perfil no Twitter, ainda que de maneira contraditória, de que não haveria uma guerra comercial com o país asiático:

“Não estamos em uma guerra comercial com a China, essa guerra foi perdida há muitos anos pelas pessoas tolas ou incompetentes que representavam os EUA. Agora, temos um déficit comercial de US $ 500 bilhões por ano, com roubo de propriedade intelectual de outros US $ 300 bilhões. Não podemos deixar isso continuar!”, declarou Trump em um tuíte postado no dia 4 de abril de 2018.

Reparem que ele abre o texto recusando uma guerra comercial com a China, porém, ataca os seus antecessores e no final dá a chave para uma disputa repleta de distensões que afetaria as balanças comerciais de todo o planeta.

Anúncio

As tensões de um acordo comercial – agora real – entre a China e os EUA foram conduzidos por Donald Trump por meio de sua conta no Twitter.

Para alguns, isso pode parecer algo trivial ou sinal dos tempos, mas não é, pois, trata-se do mandatário da nação mais rica e poderosa – tanto em termos econômicos, quanto militar.

Cabe destacar que a confirmação do acordo foi feita pelo Twitter, no final de 2019.

“Assinarei nosso grande e abrangente Acordo Comercial da Fase Um com a China em 15 de janeiro. A cerimônia será realizada na Casa Branca. Representantes de alto nível da China estarão presentes. Mais tarde, irei a Pequim, onde as negociações começarão na Fase Dois!”, 31 de dezembro de 2019.

Portanto, foram tuítes com pouco mais de 130 caracteres que permearam as bolsas de valores e o clima político global desde 2018 e sempre de maneira contraditória.

Ora recusando uma guerra comercial com a china, ora alegando perdas bilionárias em propriedade intelectual e, por fim, saudando o acordo com a República Popular da China.

Spoilers

Quando comparamos os tuítes com os pontos do acordo comercial torna-se um fato de que sim, Trump conduziu toda essa questão a partir de tuítes e nestes deu alguns spoilers do que estaria presente na tratativa comercial com a China: propriedade intelectual, transferência de tecnologia e boa vontade do governo chinês no que diz respeito a compra de produtos dos Estados Unidos.

Como podemos observar, o século XXI tem apresentados uma série de novos paradigmas (políticos, sociais e econômicos) e, entre eles, talvez o mais polêmico: a condução da mais importante disputa comercial deste século a partir das redes sociais. Não é pouca coisa.