Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Retaliação comercial do Irã preocupa empresários brasileiros

Retaliação comercial do Irã preocupa empresários brasileiros

Alguns empresários brasileiros estão preocupados com as consequências do conflito iminente no Oriente Médio. Depois que o Irã chamou a encarregada de negócios da embaixada brasileira para conversar, o temor de retaliações comerciais se agravou.

Após a nota divulgada pelo Itamaraty, na sexta-feira (3), o governo do Irã finalmente tomou um posicionamento: convocou a encarregada de negócios da embaixada do Brasil no país, Maria Cristina Lopes, para reclamar da nota oficial sobre o ataque norte-americano que matou o general Qassim Suleimani, major-general da Guarda Revolucionária Islâmica.

O Itamaraty manifestou “apoio à luta contra o flagelo do terrorismo”. O Irã não gostou da insinuação e pediu explicações. A representante Lopes foi chamada porque estava no lugar do embaixador, Rodrigo Santos. Na prática diplomática, uma convocação desse tipo é um ato de reprimenda.

Retaliação

É justamente essa reprimenda que preocupa três importantes empresários nacionais – dois líderes de entidades, de grãos e de proteína animal, e de uma trading com negócios na região –, ouvidos por reportagem do site Money Times. Todos ficaram “preocupados com qualquer possibilidade do regime dos aitolás retaliar as exportações brasileiras”.

“Inclusive em caso de não acontecer um conflito armado mais sério”, disse um deles. “Ou mesmo após uma possível escalada militar – situação que já paralisaria as vendas, naturalmente -, ainda não descartada ante alguma retaliação mais séria como prometida pelo Irã”, diz a matéria.

Segundo o Money Times, os três empresários pediram anonimato, para que o governo de Jair Bolsonaro não interprete como sendo críticas à atitude tomada de apoio aos americanos. Mas o temor existe, dadas as condições sempre difíceis de negociações comerciais com Teerã, especialmente agora com o tempero geopolítico, ressalta o site.

Segunda vez

Essa não é a primeira vez que o governo brasileiro fica ao lado dos americanos num embate com o Irã. No primeiro semestre de 2019, dois navios de bandeira iraniana ficaram ancorados no Porto de Paranaguá, no Paraná, a espera de abastecimento. Eles ficaram parados por quase 50 dias porque a Petrobras se negou a abastecer os navios, alegando que o governo iraniano está sob sanções aplicadas pelos Estados Unidos.

Foi uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que resolveu a contenda e obrigou a Petrobras a abaster as embarcações.

Os iranianos podem perceber que o governo Jair Bolsonaro tende a ficar sempre ao lado de Donald Trump.

Mas os empresários brasileiros temem que esse importante parceiro comercial comece uma retaliação. São mais de US$ 2,2 bilhões em exportações do agronegócio para o país persa.

O Brasil “vende carne bovina, grãos – em milho o Irã comprou 14% de todo embarque do Brasil, perto de US$ 1 bilhão/5,4 milhões de toneladas de janeiro a novembro de 2019 – e açúcar”, de acordo com o Money Times.