Final de semana tranquilo, com o início de um novo projeto, com o objetivo de descansar a mente, para ter boas ideias e repassá-las a você, caro assinante: iniciar a aclamada série do NetFlix “House of Cards”. [banner id=”teste-perfil”] Muitos dirão: “atrasado!!!” “Já foi!” Sim, concordo que estou vendo pela primeira vez com um bom delay, mas, como diria o sábio, antes tarde do que nunca, certo? E, sabe de uma coisa? Me senti vendo o funcionamento da política brasileira, mas com ar requintado. Aqui, a coisa é bem mais explícita; “mais pegada”. Ruim para o brasileiro em geral; bom para o poupador e investidor do Tesouro Direto que, em razão do Brasil não ir para frente; acaba recebendo juros estratosféricos frente ao resto do mundo.
Hoje, terça-feira dia, inicio meu dia de trabalho com um e-mail instigante em minha caixa de entrada:
“Denys, meu pai e eu compramos o mesmo tipo de título, na mesma data, com as mesmas taxas de retorno. A compra foi de uma NTNB Principal, em 04/01/2017 e a taxa contratada IPCA+5,70% aa. Porém, a NTNB do meu pai, rendeu muito mais; e a minha, muito menos. A única diferença que eu identifiquei entre uma e a outra foi o vencimento. A dele vencerá em 15/05/2035; e a minha vencerá em 15/05/2019. Será que foi por isso? Me ajude… Obrigado”Bom, antes de responder a questão, vamos, incialmente, analisar qual foi o retorno da NTNB 2019; e qual foi o retorno da NTNB 2035, até a data de ontem, 19/03/2018. Olhando as estatísticas do site do Tesouro Direto, vejo que o PU da B19 em 04/01/2018 era de R$ 2.596,00 e da B35 era de R$ 1.068,00. (obs: lembrando que a diferença de preços unitários, em nada implica se uma está mais barata ou “melhor” que a outra. Os PUs estão ligados ao valor inicial original do título e à data em que o título foi lançado no mercado) Agora, ao comparar os PUs de ontem no site do Tesouro Direto, poderemos identificar o retorno que cada título teve no período. Como as NTNsB eram do tipo “principal”, o pagamento de juros semestrais é inexistente e, por isso, a simples variação de PUs já nos demonstra a rentabilidade de cada título.




Vamos supor ainda que no vencimento, não há nenhum valor a recuperar (os imóveis serão destruídos e ponto final).
Quanto vale o imóvel A, com destruição em 2019? Jogando na calculadora HP 12c:n = 28
i = 5,70% aa = 0,463% ao mês
PMT = 1.000
Valor futuro = zero
Valor presente = ?
Valor presente = 26.204
E, quanto vale o imóvel B, com destruição em 2035?
n = 196
i = 5,70% aa = 0,463% ao mês
Valor futuro = zero
Valor presente = ?
Valor presente = 128.642
Bom, agora, vamos supor, que a taxa de juros real da economia, caiu imediatamente de 5,70% para 5%. Quais serão os novos valores dos imóveis?Quanto vale o imóvel A, com destruição em 2019?
Jogando na calculadora HP 12c:n = 28
i = 5% aa = 0,407% ao mês
PMT = 1.000
Valor futuro = zero
Valor presente = ?
Valor presente = 26.412
E, quanto vale o imóvel B, com destruição em 2035?
n = 196
i = 5% aa = 0,407% ao mês
Valor futuro = zero
Valor presente = ?
Valor presente = 134.868
Observe o seguinte, caro leitor, nessa simulação, o imóvel A saiu de 26.204 e passou a valer imediatamente, dada a queda dos juros, o valor de 26.412, um ganho percentual imediato de 0,79%. Já o imóvel B saiu de 128.642 para 134.868, um ganho imediato de 4,83%. Vejam como o impacto da queda dos juros, frente ao valor do imóvel B, foi muito maior, se comparado ao imóvel A. E tudo isso por que? [box type=”success” align=”” class=”” width=””]Porque o fluxo de recebíveis (aluguéis) do imóvel B é muito maior; a taxa de juros menor sofrerá influência por mais tempo, no fluxo mais longo. Logo, qualquer variação na taxa de juros, irá impactar mais fortemente (tanto para cima quanto para baixo) o imóvel com o maior prazo. A taxa de juros, capitalizada ano a ano (por juros compostos) é muito impactante! Se os cálculos fossem por juros simples, não haveria diferença quanto ao impacto percentual.[/box]Trazendo para a nossa realidade do tesouro direto, podemos cravar:
Títulos mais longos (com vencimentos mais longe) são mais fortemente impactados frente às variações nas taxas de juros.Bom, Denys, legal, entendi e tudo… mas o que é DURATION, no título da newslleter?
[box type=”success” align=”” class=”” width=””]DURATION = prazo médio do título.[/box] [tie_list type=”checklist”]- Para títulos sem pagamentos de juros semestrais, a DURATION é a diferença entre o hoje, e o vencimento.
- Para títulos com pagamentos de juros semestrais a DURATION é uma média, pois devemos levar em conta que o investidor terá seu capital ANTES, se comparado a um título sem pagamento de juros semestrais. Mas, quanto à esse conceito, no momento, quero que você decore o seguinte: QUANTO MAIOR A DURATION, MAIORES SERÃO OS IMPACTOS NOS PUs DOS TÍTULOS, FRENTE ÀS VARIAÇÕES DAS TAXAS DE JUROS.
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