Apesar do crescimento de 51% nas vendas totais da Magazine Luiza no quarto trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018, o lucro líquido ajustado caiu 0,5%, para R$ 185 milhões.
A cifra considera a diluição das despesas financeiras e o benefício dos juros sobre o capital próprio. A margem ficou em 2,9%, com declínio de 1,1 ponto porcentual.
Por sua vez, o lucro líquido contábil somou R$ 168 milhões, com recuo de 11,4%. Neste caso, a margem líquida foi de 2,6%, com queda de 1,5 ponto porcentual.
O Ebitda ajustado atingiu R$ 394,5 milhões, o que implica aumento de 13,3%. Com isso, a margem Ebitda ajustado ficou em 6,2%, com queda de 1,4 ponto porcentual.
Segundo mensagem da diretoria da Magazine Luiza, o elevado crescimento das vendas e o resultado positivo do e-commerce contribuíram novamente para o Ebitda.
A receita líquida somou R$ 6,385 bilhões nos últimos três meses de 2019, com expansão de 38,5%. A geração de caixa operacional foi de R$ 1,8 bilhão.
Vendas
As vendas totais alcançaram R$ 9 bilhões, com destaque para o e-commerce, que cresceu 93%, atingindo R$ 4,3 bilhões e 48% das vendas totais.
Já o Marketplace cresceu 216%, representando 27% do e-commerce total.
As vendas nas lojas físicas evoluíram 26%. Desse total, 13% se referem ao conceito mesmas lojas (considera somente unidades em operação há pelo menos 12 meses).
“Vale destacar a performance das 159 lojas inauguradas nos últimos 12 meses, com vendas acima das expectativas”, diz o release de resultados da Magazine Luiza.
Despesas
As despesas com vendas, gerais e administrativas tiveram aumento de 20,7%, entre o quarto trimestre de 2018 e o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 1,440 bilhão.
O aumento reflete a consolidação da Netshoes e investimentos na melhoria do serviço.
Ano
No ano passado, o lucro líquido ajustado da Magazine Luiza somou R$ 552,1 milhões, com queda de 6,4%.
O Ebitda ajustado totalizou 1,303 bilhão, com avanço de 5,7%.
Estante Virtual
A Magazine Luiza concluiu a aquisição da Estante Virtual, que constitui um dos maiores marketplaces de livros do Brasil.
Em 2019, a Estante Virtual vendeu 3 milhões de livros para 1 milhão de clientes, movimentando mais de R$ 120 milhões.
Historicamente rentável, a Estante Virtual recebe uma comissão sobre a venda de livros muito acima da média de outras categorias no e-commerce.
A aquisição reforça a estratégia de crescimento em novas categorias e aumento da frequência de compra.
A Magazine Luiza está presente em mais de 780 cidades, das quais cerca de 300 não têm livrarias.
Sellers
A Estante Virtual conta com mais de 6 mil sellers e uma oferta de 20 milhões de livros.
Os produtos logo estarão disponíveis também no aplicativo da Magazine Luiza.
Fundada em 2005, começou como uma plataforma para vendas de livros usados e, nos últimos anos, evoluiu também para a comercialização de livros novos. Estes já representam cerca de um terço de todos os livros vendidos.
Após a integração da Estante Virtual, os clientes poderão optar pela retirada do produto em qualquer uma das mais de 1.100 lojas do Magalu, em até 48 horas e sem a cobrança de frete.
Eles poderão ainda receber os livros no endereço escolhido, entregues pela Malha Luiza.
Tá, e aí?
Para o analista de varejo da XP Investimentos, Pedro Fagundes, a Magazine Luiza reportou sólidos resultados referentes ao último trimestre de 2019.
O Ebitda e o lucro líquido vieram 3% e 9% acima das expectativas do analista, respectivamente.
“Esperamos uma reação positiva em relação aos resultados. Acreditamos que os investimentos contínuos na plataforma de serviços da companhia e na aquisição de clientes devem continuar contribuindo para o crescimento acelerado em 2020”.
Cara ou barata?
Entretanto, a XP enxerga um potencial de valorização das ações relativamente limitado, com base nos níveis atuais.
A equipe ressalta que o papel está negociado a um múltiplo de 2,4 vezes em relação às vendas totais (GMV) (versus 1,5 vez para B2W).
Dessa forma, a XP mantém uma recomendação Neutra para as ações da Magazine Luiza (MGLU3).






