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Índice VIX: o que é e como funciona o “Índice do Medo”?

Índice VIX: o que é e como funciona o “Índice do Medo”?

O índice de volatilidade VIX oferece uma visão de como os investidores estão se sentindo sobre as condições de mercado para o curto prazo.

Dessa forma, entender como ele funciona pode ajudar os investidores a ajustarem seus portfólios e ter uma noção de para onde o mercado está indo.

ibovespa

Índice VIX: o que é?

O índice VIX (Volatility Index) mede a amplitude de movimento nos mercados de ações dos EUA.

De forma mais específica, o índice VIX mensura a volatilidade implícita das opções de ações que compõem o S&P 500 para os próximos 30 dias. Isso acontece porque o preço das opções é considerado uma boa medida de volatilidade.

Quando a volatilidade é alta, o nível VIX é alto, já quando a volatilidade implícita é baixa, o VIX tende a seguir na mesma direção.

Criado em 1993, o índice VIX foi o primeiro benchmark a quantificar as expectativas de volatilidade do mercado. Além de ser muito usado como referência para o mercado de ações dos EUA, o VIX também é reconhecido globalmente como medida de volatilidade no mercado financeiro.

Índice VIX: como é calculado?

O VIX é calculado utilizando-se os preços das opções do S&P 500.

Na prática, é comum que grandes investidores institucionais façam hedge de suas carteiras usando opções do S&P 500 no intuito de lucrar, quer o mercado suba ou desça.

Em um cenário de tensão no mercado, investidores tendem a comprar opções para proteger a carteira, o que faz com que os preços subam.

Nesse contexto, o índice VIX segue essas negociações para medir a volatilidade do mercado. Se o valor VIX aumentar, é provável que o S&P 500 esteja caindo, e se o valor VIX diminuir, então o S&P 500 provavelmente estará subindo ou em estabilidade.

É por isso que o VIX também é conhecido como o índice de medo, pois mede o nível de medo e estresse do mercado.

Como funciona o VIX?

De um modo geral, o consenso de mercado diz que quando o VIX está na faixa de 12 ou menos, o mercado está passando por um período de baixa volatilidade.

Por outro lado, uma volatilidade alta é frequentemente vista quando o VIX ultrapassa a marca de 20.

A verdade é que quanto mais sensível estiver o mercado a incertezas econômicas, maior tenderá a ser a volatilidade do VIX.

Para se ter uma ideia, o ataque às Torres Gêmeas de Nova York, em 2001, fez com que o índice atingisse quase 50 pontos em dólares.

Já em 2008, na crise do subprime, o índice do medo chegou a bater os 80,86 pontos. Enquanto o S&P 500 caiu 15% entre agosto e outubro de 2008, o VIX seguiu na direção contraria, com alta de 260%.

Mas esse não foi o pior resultado para o VIX. A pandemia do coronavírus também afetou todas as bolsas de valores do mundo e, consequentemente, o VIX.

No auge da crise sanitária, em março de 2020, o VIX ultrapassou a máxima histórica da crise de 2008 e fechou a sessão em 82,69 pontos.

Agora que você já sabe mais sobre o “índice do medo”, relembre as histórias dos pregões inesquecíveis e os fatos que levaram euforia e desespero às bolsas. 

Pregões que afetaram a bolsa 

A bolsa de valores de qualquer país é influenciada por uma série de eventos internos e externos que se inter-relacionam e acabam por interferir na oscilação dos preços das ações.

Desse modo, fatores políticos, econômicos, tecnológicos e até mesmo sanitários são capazes de alterar a dinâmica da bolsa. E podem entrar para a lista das datas inesquecíveis para o mercado brasileiro e mundial.

Pregões inesquecíveis: crash de 1929

O ano era 1929, a economia norte-americana encontrava-se em um momento de plena prosperidade. A indústria vivia um período de forte expansão. Ao mesmo tempo, o  mercado de ações e os preços dos papéis subiam em linha com as perspectivas econômicas otimistas.

No entanto, toda a euforia acabou sendo canalizada para um cenário de pânico. Isso porque o índice Dow Jones mergulhou em queda livre naquilo que seria um dos piores declínios da história dos Estados Unidos.

A principal causa do crash de 1929 foi a especulação de ativos, em um período de grande expansão que os Estados Unidos viviam após a Primeira Guerra Mundial.

Na “quinta-feira negra” de 24 de outubro de 1929, o Dow Jones abriu o pregão em 305,85 pontos. Imediatamente, caiu 11%. Nos dias que seguiram o índice aprofundou os prejuízos.

Diante desse cenário de completo caos, milhares de acionistas perderam, literalmente da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham.

O mercado só foi capaz de recuperar os patamares anteriores ao crash de 1929 25 anos depois, no final de 1954.

Pregões inesquecíveis: crise asiática e russa

Em 1997 uma grave crise econômica se abateu sobre as principais economias emergentes da Ásia.

Entretanto, o que inicialmente era restrito aos tigres asiáticos, rapidamente se espalhou para outros países e por conta disso ficou conhecido como a primeira crise da economia globalizada.

Em 27 de outubro do mesmo ano, a Bolsa de Valores de Hong Kong registrou queda recorde ao cair 1.211 pontos em um só dia, recuando 5,8%.

O pânico gerou efeito dominó em várias bolsas mundiais. Em Nova York, a Bolsa encerrou as operações uma hora antes do normal, com o índice Dow Jones desvalorizando 7,18%, a maior queda desde o crash de 1987.

Em São Paulo, o recuo foi de 14,97%, a quarta maior baixa na história da bolsa brasileira e o pior desempenho entre todas as bolsas do mundo.

Logo após a crise asiática, semelhante evento atingiu a Rússia, em meados de 1998. O colapso financeiro resultou em uma crise política, mergulhando o país em uma turbulência ainda maior. Só na primeira semana de agosto, a Bolsa de Moscou perdeu 24% de seu valor.

Em 17 de agosto de 1998, em meio ao descontrole econômico e financeiro, o governo russo decide desvalorizar o rublo e declarar moratória sobre o pagamento da dívida externa.

A repercussão da crise não ficou restrita à Rússia e muitos países foram impactados. Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 4,2%, a terceira pior queda em 11 anos. O Ibovespa acionou o circuit breaker cinco vezes entre agosto e setembro daquele ano.

Pregões inesquecíveis: o estouro das ‘pontocom’

A bolha da internet surgiu de uma combinação de investimentos especulativos, abundância de financiamento de capital de risco para startups e falhas das empresas “pontocom” em lucrar.

Quantidades recordes de capital começaram a fluir para a Nasdaq em 1997. Em 1999, 39% de todos os investimentos em capital de risco iam para empresas da internet.

Naquele ano, a maioria das 457 ofertas públicas iniciais (IPOs) estavam relacionadas a empresas de tecnologia.

Em 10 de março de 2000, a bolha atinge seu pico e reverte a tendência, de modo a mergulhar em uma profunda queda em seguida.

A desvalorização que se seguiu a partir de então deixou os investidores perplexos e em pânico. O índice Nasdaq recuou de um pico de 5.048,62 em 10 de março de 2000, para 1.139,90 em 4 de outubro de 2002, uma queda de 76,81%.

Levaria 15 anos para a Nasdaq recuperar seu pico, o que fez em 24 de abril de 2015.

Pregões inesquecíveis: terror de 11 de setembro

Os ataques de 11 de setembro às Torres Gêmeas dos Estados Unidos certamente foram uma das maiores tragédias da história contemporânea.

O episódio que marcou a humanidade, ceifando quase 3 mil vidas, foi o estopim para grandes iniciativas dos Estados Unidos no combate ao terrorismo.

No mercado financeiro, os impactos foram sentidos no mundo inteiro. Enquanto os Estados Unidos fecharam as bolsas de valores por dias.

Em 17 de setembro, primeiro dia de negociação da Nyse após o atentado, o Dow Jones caiu 684 pontos, uma queda de 7,1%, batendo o recorde de maior perda para um dia de negociação.

No Brasil, a sessão da terça-feira, 11 de setembro abriu normalmente, mas seu funcionamento durou somente o período da manhã.

Em apenas uma hora após o início dos negócios, o Ibovespa havia derretido mais de 7%. A bolsa paulista suspendeu o pregão às 11h15, ao acionar o circuit breaker.

Pregões inesquecíveis: crise do subprime

Em 15 de setembro de 2008, o Lehman Brothers decretava sua falência. Até então, a instituição, de 164 anos, figurava como o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos. E contava com 25 mil funcionários em todo o mundo.

A quebra do banco varreu os mercados financeiros do mundo todo e deu início a uma grave crise financeira global, que ficou conhecida como crise do subprime.

No dia em que um dos mais tradicionais bancos americanos quebrou, o S&P 500 caiu 4,71%, o Dow Jones desabou 4,42% e o Nasdaq Composite recuou 3,60%.  Ao mesmo tempo, as ações do Lehman Brothers caíram 94,25% no pregão da bolsa de Nova York.

Em terras brasileiras, a bolsa também sentiu. E teve início um período que seria marcado por cinco circuit breakers no decorrer de um único mês.

Pregões inesquecíveis: pandemia de Covid-19

Em 2020, os mercados de ações de todo o mundo sofreram perdas históricas, sobretudo nos três primeiros meses do ano.

Em meio a uma venda maciça de papéis, o derretimento dos mercados financeiros foi provocado pela pandemia de coronavírus. Além de uma tragédia sanitária, ela foi também uma tragédia econômica global.

No dia em que o Brasil registrou o primeiro caso oficial de contaminação, em 26 de fevereiro, a reação geral foi de pânico. E o Ibovespa fechou o dia despencando 7%.

Essa foi a primeira grande queda de uma sequência inédita na história da B3.

Em apenas oito pregões de março, o circuit breaker foi acionado seis vezes. Ele é conhecido como o botão do “pânico”. A palavra, aliás, define bem o sentimento do momento.

Brasil: Naji Nahas, o homem que quebrou a bolsa de valores do Rio

Aqui no Brasil, o caso Naji Nahas é um dos personagens mais famosos do mercado de capitais brasileiro.

O empresário e especulador ficou conhecido por ter sido “o homem que quebrou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro” no ano de 1989. Entenda agora a história:

No final da década de 1980, o contexto econômico era de forte volatilidade. Os Planos Cruzado, Bresser e Verão não foram bem sucedidos no controle da inflação. A taxa de juros era alta, o câmbio, desvalorizado, e a economia brasileira ainda estava fechada para o resto do mundo.

Diante desse cenário, o frágil mercado de capitais brasileiro sofria muitas oscilações, dado o alto nível de incerteza sobre a economia e às políticas governamentais da época.

Em meio a essas circunstâncias, as principais bolsas de valores da época, paulista e carioca, disputavam um certo clima de rivalidade.

Para atrair mais investidores, o conselho de administração da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) aprovou, em 2 de julho de 1988, uma nova forma de financiamento para os que negociavam no mercado de ações: as operações D-Zero.

Desse modo, a liquidação poderia ocorrer instantaneamente após o fechamento de cada contrato, por meio de financiamentos bancários. E não mais depois de cinco dias úteis, como era feito até então.

Com as novas regras implementadas, o volume de negócios na BVRJ aumentou progressivamente, atraindo muitos especuladores.

Esse movimento ficou ainda mais forte após a então Bovespa, de São Paulo, implementar medidas restritivas com o objetivo de reduzir a especulação nos contratos de opções.

Entre os especuladores que migraram para a Bolsa do Rio em busca de maiores retornos estava Naji Nahas.

Como Naji Nahas operava 

Além de atuar em operações de D-Zero, Nahas realizava ainda uma operação conhecida como Zé-com-Zé. Funcionava assim: ele comprava e vendia ações para si mesmo, através de “laranjas”. Desta forma, manipulava uma alta artificial das ações.

De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o megainvestidor chegou a ter mais de 100 laranjas que compravam e vendiam ações para o próprio Nahas, com o objetivo de inflar a cotação dos papéis.

Desse modo, Nahas operava sem precisar usar seu próprio dinheiro. Logo, alavancava o mercado e direcionava-o conforme seus interesses – no caso, manter as ações em alta.

Em meio a essa forte especulação, autoridades ligaram o alerta sobre uma provável “bolha” especulativa.

O presidente da Bovespa na época, Eduardo da Rocha Azevedo, convencido de que o esquema do investidor não se sustentaria, solicitou aos bancos que cancelassem os empréstimos feitos a Nahas.

Diante da recusa generalizada, a empresa Selecta, controlada por Nahas, emitiu um cheque sem fundos de cerca de NCz$ 39 milhões (moeda da época) para o pagamento de operações de compra de ações.

A devolução do cheque abalou as estruturas do mercado. E muitas corretoras que intermediavam as transações ficaram com prejuízos. Eles foram estimados em US$ 500 milhões.

Cinco delas tiveram que ser fechadas pelo Banco Central.

O circuit breaker não existia na época 

Após a notícia ter chegado nos jornais, o pânico tomou conta do mercado e as negociações da BVRJ ficaram suspensas (o mecanismo de circuit breaker só seria criado em 1997).

Assim que as negociações retomaram, muitos papéis mergulharam em queda livre, perdendo mais de 1/3 do valor.

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