O Grupo Pão de Açúcar (GPA) e a Via Varejo, que reúne as redes Casas Bahia e Ponto Frio, já desmontaram boa parte da estrutura que unia as operações das duas empresas nos últimos anos. Assim, recentemente, a fatia da GPA na Via Varejo foi vendida a família Klein e a um “pool” de fundos, mas a separação definitiva ainda deve avançar em outras frentes.
A relação entre as empresas
A GPA controlou a maior rede de produtos eletroeletrônicos do país por uma década.
Dessa forma, as duas companhias juntas ocupavam o posto de segunda maior varejista da América Latina, atrás apenas do Walmart no México.
Somadas, as empresas possuíam 2 mil lojas e cerca de R$ 85 bilhões em vendas.
Além disso, a Via e o GPA gerenciavam em conjunto diversas operações.
Dessa maneira, faziam isso com equipes únicas em seus departamentos administrativos, com exceção das áreas mais sensíveis, como a jurídica.
Ademais, ainda há contratos relativos a compra das Casas Bahia pelo GPA, em 2009, que foi alvo de uma série de aditivos entre 2017 e 2018, além dos contratos de locação de lojas de Michael Klein.
O principal objetivo de aderirem a esse modelo de gerenciamento era a redução de custos.
Atualmente, Klein ainda aluga lojas para a Via Varejo e a Via tem quiosques alugados no Assaí, do GPA.
Por fim, de acordo com os últimos formulários arquivados pelas partes na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ainda há rateio de despesas entre as empresas.
Esse rateio gerou um movimento de R$ 13,5 milhões, no último ano e meio, sendo R$ 4,5 milhões relacionados a Via Varejo.
O conflito de interesses entre as companhias
O Grupo Pão de Açúcar demonstrou interesse claro em comprar a marca Extra.com que pertence, atualmente, a Via.
Nesse sentido, o empenho do grupo está em ampliar sua força no braço de itens eletrônicos e o Extra.com está pronto para isso.
Ademais, para a Via o site já não é mais visto como uma opção prioritária.
“O Extra.com acabou ficando meio de canto nesses anos, perdeu relevância”, diz um executivo do site.
Apesar do grande interesse do GPA, não há nenhum acordo sobre isso sendo costurado ainda. Atualmente, ambas empresas continuam parceiras em relação a marca Extra.com.
Nessa lógica, a Via Varejo paga ao grupo uma taxa toda vez que o consumidor compra no site e retira nas lojas e hipermercados.
Diante disso, o GPA paga uma taxa de remuneração a Via por ter o direito de comprar eletrônicos usando condições comerciais da Via Varejo com a indústria.
Os fabricantes buscam rever essas condições, uma vez que as empresas não são mais sócias.
O movimento de cisão entre as companhias
Devido ao modelo conjunto adotado pelas empresas, diversos problemas foram gerados no movimento de cisão.
Assim, um dos principais problemas encontra-se em dividir a estrutura com fornecedores e prestadores de serviços sem gerar aumentos de despesas.
Outrossim, neste movimento, o grupo se desfez dos 36% de sua posição na Via Varejo, por R$ 2,3 bilhões e obteve um ganho de R$ 406 milhões, líquido de imposto de renda de R$ 201 milhões.
Além disso, o grupo concordou em indenizar a Via por “contingências” anteriores à compra da rede da família Klein.
O GPA informou a CVM, no mês passado, que em 2018 foram pagos R$ 199,6 milhões em indenizações à rede.
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