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Economistas avaliam que medidas do governo para a crise foram tímidas

Economistas avaliam que medidas do governo para a crise foram tímidas

O combate à crise em virtude da pandemia de coronavírus tem sido tímido, segundo economistas. Para eles, o governo Jair Bolsonaro demorou para agir diante a situação de calamidade global. Assim, os especialistas pedem, principalmente, medidas mais profundas na área fiscal, informou o site Infomoney.

Eles fizeram um comparativo ao Reino Unido, que vai pagar até 80% dos salários dos trabalhadores nos próximos meses, enquanto o governo dos Estados Unidos articula com o Congresso um pacote emergencial que pode chegar a US$ 1 trilhão – ante -R$ 184,6 bilhões no Brasil.

Para o economista Paulo Leme, professor de Finanças na Universidade de Miami, o governo precisa injetar muito mais recursos na economia do que foi anunciado e, neste momento, seria melhor pecar pelo excesso.

Monica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, nos Estados Unidos, afirma que a situação é de guerra e que, para bancar um aumento de gastos, o governo poderia se financiar através de instituições financeiras domésticas.

Gastos

Com relação ao aumento dos gastos neste ano, há divergências.  Segundo Monica, a regra deve ser temporariamente suspensa, já que a realidade é dramática.

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Ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, no entanto, afirma que é possível aumentar os gastos abrindo um crédito extraordinário para despesas de calamidade pública, que não seria contabilizado no teto, segundo o Infomoney.

A economista Zeina Latif também apoia a manutenção do teto. “Tem de haver um esforço para manter o teto. Tenho medo do precedente que se abre ao suspendê-lo. Grupos de interesse sempre tentam abocanhar partes crescentes do Orçamento.”

Além de criticarem o alcance das medidas anunciadas, os economistas também apontam problemas políticos que têm atrapalhado o combate à pandemia e à crise econômica. Leme destaca que o governo precisa retomar a capacidade de informar a população de forma clara. “O presidente tem de apoiar a equipe de Saúde. O País tem de remar na mesma direção.”

Zeina ataca a falta de articulação do governo e a demora do governo para reconhecer a gravidade da situação. “O governo subestimou o problema, agora será mais difícil lidar com essa crise. Não é que ela fosse inevitável, mas queimamos algumas etapas, como a da comunicação.”