Em dezembro passado, os acionistas da CBD aprovaram uma proposta de reestruturação societária para separar a unidade de atacarejo, operada pela Sendas sob a marca “Assaí”, do negócio de varejo tradicional desenvolvido pelo GPA (divisão multivarejo + Éxito).
A conclusão da operação está prevista para final de fevereiro ou início de março e, embora não seja novidade no mercado, o BTG vê upside relevante a ser capturado no cálculo da soma das partes.
Segundo os analistas do banco, a cisão será realizada na proporção de uma ação ordinária da Sendas para cada ação ordinária de emissão do GPA.
O GPA também transferirá para a Sendas: 50% das ações da Bellamar Empreendimentos e Participações, empresa que detém 35,76% da Financeira Itaú CBD e alguns imóveis, no valor total de R$ 145 milhões.
No início de dezembro, o Sendas obteve seu registro de companhia aberta (categoria “A”) da CVM e solicitou American Depositary Shares representativos de suas ações ordinárias listadas na NYSE.
A distribuição das ações ordinárias e ADSs da Sendas aos acionistas do GPA e aos detentores de ADSs do GPA, como resultado da cisão da CBD, ocorrerá após a aprovação das listagens.
As duas empresas estimam R$ 130 milhões em despesas relacionadas ao processo de reestruturação e cisão.
Perspectivas
Embora o fim do Coronavoucher possa significar uma perspectiva mais difícil para os varejistas de alimentos, o BTG estima uma receita líquida total de R$ 54,5 bilhões para o GPA em 2021 (multivarejo + Éxito), que inclui R$ 29,5 bilhões apenas na divisão multivarejo (+ 5% a/a), uma margem Ebitda (pós-IFRS) em 2021 de 8 % e um resultado líquido de R$ 500 milhões.
Para o Assaí, a estimativa do banco é de uma receita líquida de R$ 44 bilhões em 2021 (alta de 23% a/a) e margem líquida de 3%, resultando em resultado líquido de R$ 1,3 bilhão.