Dessa vez, a nossa batalha de gigantes é no setor de celulose. Por isso, falaremos sobre duas das maiores empresas do segmento no mundo: a Klabin (KLBN11) e a Suzano (SUZB3).
A seguir, entenda como funciona o segmento. Além disso, saiba as principais diferenças entre essas duas gigantes. Então, continue a leitura e confira!
Batalha de gigantes no setor de celulose
O setor de celulose possui algumas características importantes, para as quais o investidor precisa estar atento. Em resumo, algumas delas são as seguintes:
Representatividade do setor de celulose
A celulose é o segundo produto mais importante do agronegócio brasileiro, perdendo somente para a soja. Nesse contexto, o Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de celulose. Inclusive, possui a maior empresa do setor, que é a Suzano (SUZB3).
Por sua vez, a Klabin (KLBN11) é a maior concorrente da Suzano, tanto no mercado interno quanto no exterior.
Resiliência do segmento
Além de sua importância, esse setor é um dos mais resilientes em tempos de crise, o que foi comprovado durante a pandemia. Nesse sentido, as empresas conseguiram compensar a queda nas vendas de determinadas linhas com o aumento da demanda por outros produtos. Por exemplo, produtos de higiene e embalagens para alimentos e remédios.
Preços
Desde o ano passado, a cotação da celulose no mercado internacional está próxima de US$ 500 por tonelada. Apesar de o mercado ter estimado uma alta até o final de 2020, isso acabou não ocorrendo.
No entanto, analistas continuam acreditando na valorização da commodity nos próximos tempos. Recentemente, o Santander estimou o preço de US$ 615 por tonelada para 2022.
Competitividade da indústria brasileira
Em relação a outros países, a indústria de celulose brasileira possui algumas vantagens competitivas. Isso porque as florestas brasileiras que abastecem essa indústria possuem árvores adaptadas às condições locais de solo e clima.
No Brasil, a produção de eucalipto demora entre sete e nove anos do plantio até o corte. Por sua vez, na Europa, as florestas de pinus levam, no mínimo, 15 anos para fornecerem matéria-prima. Em outras palavras, isso permite que tenhamos uma produção mais veloz e em larga escala, o que se reflete em maior rentabilidade.
Elevado endividamento do setor de celulose
De forma geral, o setor de celulose apresenta elevada alavancagem financeira. Isso porque essas indústrias realizam pesados investimentos na ampliação e modernização das estruturas produtivas. Trata-se de um segmento gigante, que movimenta cerca de US$ 300 bilhões. Dessa forma, existe a necessidade de investimentos constantes por parte dessas empresas.
Exposição cambial
Como atuam fortemente no mercado internacional, as indústrias de celulose são bastante vulneráveis às oscilações do câmbio. No caso da Suzano, mais de 90% da receita é proveniente de exportações, principalmente para a China. Já a Klabin tem cerca de 40% de seu faturamento no mercado externo.
Suzano
Com a aquisição da Fibria Celulose em janeiro de 2019, a Suzano se tornou a maior indústria de celulose do mundo. Com a fusão, a Suzano passou a deter cerca de 30% de participação no mercado mundial de celulose.
Basicamente, o produto da Suzano é fibra curta de eucalipto. Uma das suas principais vantagens competitivas é o seu custo de produção, atualmente o menor do mercado. Isso porque as distâncias entre a fábrica e as florestas são curtas. Além disso, há o ganho de sinergia com a fusão.
Klabin
Diferentemente da Suzano, que exporta praticamente commodities, a Klabin possui quatro áreas de negócios: florestal, celulose, papeis e embalagens. Atualmente, a empresa está investindo pesadamente no aumento da capacidade instalada. Em síntese, o projeto prevê que, até 2030, a capacidade instalada chegue a 6,5 milhões de toneladas, quase o dobro da produção atual.
Algumas diferenças entre Klabin e Suzano
Apesar de ambas serem gigantes do setor de celulose, Klabin e Suzano possuem bem diferentes. Ou seja, enquanto Suzano exporta basicamente commodity, o portfólio da Klabin é mais diversificado.
Além disso, outra diferença está na governança corporativa. Nesse sentido, Suzano faz parte do Novo Mercado da B3, enquanto Klabin pertence ao nível dois.
Em relação ao endividamento, a Klabin tende a se alavancar mais nos próximos anos. Isso porque a expansão da fábrica demandará um investimento expressivo, e a empresa ainda paga royalties para a família Klabin. Por outro lado, a Suzano tende a colher mais os resultados da sinergia com a fusão. Dessa forma, o endividamento tende a aliviar nos próximos anos.
Batalha de gigantes: confira os principais números da Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3)
Kabin |
Suzano | |||||
(R$ milhões) | 1T21 | 4T20 | Δ% | 1T21 | 4T20 | Δ% |
Receita Líquida | 3.467 | 3.292 | 5% | 8.889 | 8.013 | 11% |
EBITDA ajustado | 1.274 | 1.312 | (3%) | 4.864 | 3.965 | 23% |
Margem EBITDA ajustada | 37% | 40% | (3p.p.) | 55% | 49% | 5p.p. |
Resultado Líquido | 421 | 1.327 | (68%) | (2.755) | 5.914 | – |
Endividamento Líquido | 21.744 | 19.782 | 10% | 66.315 | 63.668 | 4% |
Dív.Líq./EBITDA ajustado (R$) | 4,2x | 4,0x | 3,9x | 4,3x |
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