O Federal Reserve (Fed) divulgou nesta quarta-feira (16) uma nova edição do Livro Bege, relatório que reúne informações sobre as condições econômicas nos 12 distritos do banco central dos Estados Unidos. O documento revela que a atividade econômica no país aumentou ligeiramente entre o final de maio e o início de julho, com cinco distritos registrando avanço leve ou modesto, cinco apontando estabilidade e dois relatando queda. O resultado representa uma melhora em relação ao relatório anterior, que havia indicado retração em metade das regiões.
Apesar da leve expansão, o relatório destaca que empresas em todos os distritos continuam enfrentando pressões significativas de custo, especialmente sobre matérias-primas utilizadas na indústria de transformação e na construção civil. Essas pressões são atribuídas, em grande parte, às tarifas impostas recentemente, que elevaram os custos de produção de forma generalizada.
O aumento dos custos com seguros também aparece como uma fonte amplamente disseminada de pressão sobre os preços. Diante desse cenário, muitas empresas optaram por repassar parcialmente esses custos aos consumidores, por meio de reajustes ou taxas adicionais. No entanto, algumas evitaram aumentos devido à crescente sensibilidade dos clientes aos preços, o que resultou em margens de lucro comprimidas.
Livro Bege: preços em alta
O relatório também indica que os preços subiram em todos os distritos. Sete deles relataram aumento moderado e cinco citaram alta modesta, em linha com o observado na edição anterior do Livro Bege. Para os próximos meses, contatos de diversos setores industriais preveem que as pressões sobre os custos continuarão elevadas, o que pode levar a uma aceleração da inflação ao consumidor no final do verão no hemisfério norte.
No mercado de trabalho, o emprego avançou de forma muito ligeira no período analisado. Um distrito reportou crescimento modesto, seis relataram ligeiros aumentos, três não registraram mudanças e dois observaram declínio. A cautela nas contratações segue predominando, com empresas apontando incertezas econômicas e políticas como principais fatores de hesitação.
Apesar disso, a disponibilidade de mão-de-obra melhorou, com queda na rotatividade e aumento no número de candidatos. Ainda assim, a escassez de profissionais qualificados permanece como um desafio em diversas regiões.
O tom geral do relatório é de otimismo contido. Embora alguns indicadores mostrem recuperação, o ambiente econômico ainda é marcado por incertezas e pela persistência das pressões inflacionárias, o que mantém a postura cautelosa das empresas em relação a investimentos e contratações.