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Copom reduz Selic em meio ponto, para 12,75% ao ano

Copom reduz Selic em meio ponto, para 12,75% ao ano

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduziu a Selic em meio ponto, para 12,75%. É a segunda redução da Selic consecutiva, depois da queda de meio ponto em agosto, para 13,25%, depois de cerca de um ano fixada em 13,75%.

Redução da Selic: imagem mostra gráfico com as taxas desde 2017.

Ao contrário da reunião passada, em que a redução da Selic em meio ponto foi aprovada por 5 a 4, desta vez a decisão foi unânime entre os oito diretores, mais o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Em seu comunicado, o Copom disse que avaliou que ainda existem fatores de risco nas duas direções para a inflação nos próximos meses. “Entre os riscos de alta destacam-se uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado”, diz o texto.

O Copom também reforçou que as próximas quedas continuarão no mesmo ritmo. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirma o comunicado.

Redução da Selic: mais sobre o comunicado do Copom.

Os diretores do BC destacam que o ambiente externo mostra-se mais incerto, com a continuidade do processo de queda da inflação, a despeito de núcleos ainda elevados e resiliência nos mercados de trabalho de diversos países. “Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas. O Comitê notou a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento na China, ambos exigindo maior atenção por parte de países emergentes”, diz o texto.

Já em relação ao cenário doméstico, o comitê observou maior resiliência da atividade econômica do que anteriormente esperado, com o PIB do segundo trimestre ficando maior que as projeções. “Mas o Copom segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres. Como antecipado, ocorreu uma elevação da inflação cheia ao consumidor acumulada em doze meses no período recente. As medidas mais recentes de inflação subjacente apresentaram queda, mas ainda se situam acima da meta para a inflação”, diz o texto.

O Copom também registrou “a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária” e reforçou “a importância da firme persecução dessas metas”.

“Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,75% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o texto.

O comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

Redução da Selic: como ficam os investimentos

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, e sua redução deve provocar modificações no cenário de investimentos, com a tendência de queda da rentabilidade de produtos de Renda Fixa pós-fixados, que são geralmente atrelados aos juros básicos ou ao IPCA, o índice oficial de inflação do país. 

Para Denys Wiese, estrategista-chefe da EQI Investimentos, o ideal é reduzir a posição nesses investimentos, mas sem zerar. “Os pós-fixados continuam importantes, porque eles são a defesa da carteira. Eles são os zagueiros do nosso time, porque dão proteção e retiram a volatilidade”, aponta o analista.

Os Fundos Imobiliários, nesse cenário, tornam-se uma alternativa interessante, pois permitem a entrada dos investidores no mercado de Renda Variável com aportes relativamente pequenos. 

Neste momento, segundo Carolina Borges, analista de FIIs da EQI Research, o ideal é optar por fundos de tijolo, como os de shopping centers, galpões corporativos e lajes corporativas. “Sempre que há queda de juros, os Fundos tendem a se valorizar. Assim, a gente espera que os FIIs continuem em tendência de alta”, aponta.