O diretor da Fitch Brasil, Rafael Guedes, destacou, na quarta-feira (27), que o Brasil ainda tem um caminho “bastante longo” para conquistar novamente o grau de investimento.
Em julho, a agência elevou a classificação soberana do Brasil para BB, com uma perspectiva estável, mas para alcançar o cobiçado status de “bom pagador”, o Brasil precisa subir mais dois degraus.
Guedes lembrou que a elevação da nota se baseou em fatores como a melhora na dinâmica da dívida, as reformas implementadas pelos governos anteriores e a posição do Brasil em relação aos seus pares.
No entanto, ele também observou que, ao longo da última década, o crescimento econômico do país foi “medíocre”, apesar do Banco Central (BC) ter tido êxito em manter as expectativas de inflação sob controle.
Essa avaliação se alinha com as observações feitas por Shelly Shetty, chefe de ratings soberanos para Ásia e Américas da Fitch, para o Valor Econômico, que ressaltou que as métricas econômicas do Brasil estão atualmente bem aquém das observadas em 2008, quando o país conquistou o grau de investimento.
Sobre o novo arcabouço fiscal, Guedes mencionou que, teoricamente, ele levaria a um superávit orçamentário e, consequentemente, à redução da dívida pública, mas alertou que o crescimento econômico pode não ser suficiente para que as regras fiscais funcionem conforme o esperado.
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O que é grau de investimento?
Um grau de investimento é uma classificação atribuída a um país ou entidade que emite dívida, indicando que são considerados investimentos seguros e de baixo risco.
Essa classificação é concedida por agências de classificação de risco e é baseada na avaliação da capacidade de pagamento das obrigações financeiras.
Países ou entidades com grau de investimento são vistos como mais confiáveis para investidores, o que tende a resultar em condições de financiamento mais favoráveis e menor custo para captar recursos no mercado internacional.
