O empresário Abilio Diniz, faleceu aos 87 anos, em São Paulo, na noite de domingo (18). Fundador do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e enfrentava complicações de saúde em função de uma pneumonite.
Trajetória dos negócios de Abilio Diniz
Abílio Diniz nasceu em dezembro de 1936 no bairro do Paraíso, em São Paulo, e desde jovem esteve envolvido nos negócios da família. Ajudou na abertura da primeira doceria, chamada Pão de Açúcar, que mais tarde se tornaria um império do setor varejista.
Graduado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas, além de sua trajetória no Pão de Açúcar, Abílio Diniz também atuou em outras áreas como empreendedor e foi acionista do Carrefour Brasil.
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Aos 87 anos, o empresário Abilio Diniz possuía uma fortuna estimada em US$ 2 bilhões, de acordo com o monitoramento em tempo real da revista “Forbes”. Esse valor equivale a aproximadamente R$ 10 bilhões na cotação atual.
No ranking mais recente divulgado pela revista em 2023, Abilio Diniz ocupava a 21ª posição entre as pessoas mais ricas do Brasil.
Qual é a origem da fortuna de Abilio Diniz?
A grande parte de sua fortuna foi adquirida por meio de sua administração do Pão de Açúcar. Após transformar o grupo em uma das maiores varejistas do país, em 2013, cedeu o controle da companhia ao francês Groupe Casino.
Em 2016, aumentou sua atuação como empreendedor ao tornar-se acionista e membro do conselho de administração de seu concorrente, o Carrefour Brasil. Além disso, era um dos principais acionistas do Carrefour Global, com influência significativa na estratégia da empresa.
Após a perda do controle do GPA, a aposentadoria de Abilio em cargos de gestão foi breve. O empresário continuou investindo em novas aquisições por meio de sua gestora, a Península, um family office com R$ 12 bilhões em ativos.
No montante, estão incluídas as ações no Carrefour, imóveis e os fundos geridos pela O3, segundo a “Bloomberg”. Além disso, ocupou o cargo de presidente do conselho de administração da BRF Global entre 2013 e 2018, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, após aceitar o convite da gestora de investimentos Tarpon.
Em 2021, Abilio vendeu sua participação de 3,8% das ações à Marfrig, em um acordo que totalizou R$ 898,9 milhões.
Repercussão da morte
A notícia do falecimento de Abílio Diniz gerou pesar no meio empresarial e político.
O Grupo Pão de Açúcar emitiu uma nota oficial lamentando a perda do seu fundador e destacou a importância de Abílio Diniz para o crescimento e consolidação do varejo no Brasil. A nota ressalta a liderança e inovações de Diniz, que moldaram o setor e tiveram impacto positivo na economia nacional.
O Carrefour, no qual Abílio era acionista global e brasileiro, destacou o legado inestimável do empresário. Ele ocupava cadeira nos conselhos de administração de ambas as operações.
As Casas Bahia expressaram o desejo de que o legado de Abilio Diniz perdure como inspiração para todos.
Rubens Menin, da MRV e banco Inter, afirmou que por onde Abílio passou, criou oportunidades e transformou realidades.
A ministra Simone Tebet relembrou o amor comum ao Brasil e a visão de colocar o país no eixo.
Outros ministros de governo, como Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Juscelino Filho (Comunicações), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconheceram a contribuição de Diniz, desde levar os alimentos brasileiros para o mundo até liderar pactos contra a fome.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, destacou que Abílio Diniz deixa um exemplo a ser seguido.