A maior parte da população brasileira desconfia do uso dos recursos públicos distribuídos por deputados e senadores.
Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (21), 82% dos brasileiros acreditam que as emendas parlamentares são desviadas antes de chegarem às cidades. Apenas 9% veem esses recursos como melhorias concretas, e outros 9% não souberam ou preferiram não opinar.
A percepção de corrupção é ampla e independe de fatores como região, faixa etária, escolaridade, renda ou posição política. O único recorte em que esse sentimento fica abaixo dos 80% é nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Emendas parlamentares desviadas dominam percepção popular
A pesquisa também investigou a opinião pública sobre o desempenho do Congresso Nacional. Mais da metade dos brasileiros (51%) desaprova o trabalho dos parlamentares, enquanto 42% demonstram aprovação. A reprovação é maior entre pessoas com ensino superior e renda superior a cinco salários mínimos.
Entre os eleitores que se identificam como bolsonaristas, a taxa de desaprovação chega a 60%. Já entre os alinhados à esquerda que não se consideram petistas ou lulistas, a rejeição atinge 59%.
Outro dado que chama atenção é o desconhecimento da população sobre o orçamento controlado pelo Congresso. Sete em cada dez brasileiros (72%) não sabem que deputados e senadores têm R$ 50 bilhões em emendas neste ano.
Desde 2013, com a criação das emendas impositivas, o poder dos parlamentares sobre o orçamento cresceu consideravelmente. O valor saltou de R$ 6,1 bilhões em 2014 para uma previsão de R$ 52 bilhões em 2025.
A maioria (46%) afirma que deputados e senadores não deveriam administrar esses recursos diretamente, enquanto 38% acreditam que sim.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 10 e 14 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.