O empresário Nelson Tanure contratou o banco francês Rothschild & Co para estruturar uma proposta de aquisição da Braskem ($BRKM5). A atuação do banco tem como foco central a renegociação das dívidas da Odebrecht — hoje Novonor — com as instituições financeiras, bem como das dívidas da própria Braskem com seus credores.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (16) pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. A expectativa é que uma oferta formal seja apresentada em um prazo de 15 a 20 dias.
Novonor confirma proposta de aquisição da Braskem
A Novonor, maior acionista da Braskem com 50,1% das ações com direito a voto, confirmou recentemente o recebimento de uma proposta de compra. A oferta foi apresentada pelo fundo Petroquímica Verde, veículo de investimento controlado por Tanure. Segundo a holding, a proposta está em análise e ainda depende do avanço das negociações e de condições típicas para operações desse porte.
Além da Novonor, a Petrobras — detentora do restante das ações com direito a voto — também terá participação decisiva em qualquer eventual mudança de controle acionário.
Paralelamente, os principais bancos credores da Odebrecht e da Braskem — Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES — deverão ser envolvidos nas discussões para viabilizar a operação.
Tanure: “Braskem mais forte, inovadora e alinhada”
No fim de maio, Tanure afirmou à Exame que a proposta tem o objetivo de “contribuir com a estabilidade e o futuro dessa companhia estratégica para o Brasil”. Segundo ele, o foco está no compromisso de longo prazo, fortalecimento da indústria nacional e na construção de uma Braskem “mais forte, inovadora e alinhada aos desafios da nova economia”.
Em nota, o empresário afirmou: “Acreditamos que a Braskem pode alcançar a quarta posição global e se tornar a primeira petroquímica verde do mundo”. A mensagem também reconhece o papel da família Odebrecht na fundação e no crescimento da empresa, atualmente a sexta maior petroquímica do mundo.
A Braskem encerrou o primeiro trimestre com uma dívida líquida de US$ 6,6 bilhões — um crescimento de 25% em comparação ao mesmo período de 2024. A companhia petroquímica conseguiu reverter o prejuízo de R$ 1,345 bilhão registrado no 1TRI24, alcançando um lucro líquido de R$ 698 milhões. A receita líquida de vendas apresentou uma queda de 9%, totalizando R$ 19,460 bilhões no trimestre.