A Petrobras (PETR4) viu suas ações dispararem nesta terça-feira (16), após o governo anunciar que deixará a política de paridade de importação (PPI), mecanismo que traça um preço para os combustíveis da estatal com base em custos locais e internacionais.
Para se ter ideia, por volta das 15h a ação PETR3 subia 2,87%, cotada em R$ 29,38, enquanto a PETR4 avançava 3,23%, cotada em R$ 26,49.
Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a petroleira está “abrasileirando” seus preços. “Era hora de abrasileirar o preço dos combustíveis e sinalizar de forma clara que o governo Lula cumpra com seu papel social”, disse ele mais cedo.
A fala do executivo está diretamente ligada às promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ao longo de 2022, durante o pleito eleitoral, se posicionou fortemente contra o PPI, motivado principalmente pela queixa constantes dos caminhoneiros.
Vale lembrar que o PPI foi implementado em 2016, durante o governo do presidente Michel Temer, e o mecanismo atrelava os preços médios dos combustíveis que a Petrobras vende às distribuidoras às variações dos produtos no mercado internacional, entre outros fatores, para proteger a empresa quanto aos riscos operacionais do setor.
CEO da companhia, Jean Paul Prates disse que a nova política de preços terá efeitos práticos que serão sentidos nos próximos dias. “Já a partir desta quarta-feira (17), o botijão de gás de 13 quilos chegará às distribuidoras do país em média 21,3% mais barato”, destacou.
Segundo ele, é que, com isso, o valor médio do botijão caia abaixo de R$ 100 para o consumidor final. Já o diesel e a gasolina chegarão às distribuidoras com uma redução média de R$ 0,44 e R$ 0,40, respectivamente.

Petrobras (PETR4): gestoras
Do lado do mercado financeiro, alguns dos principais bancos de investimentos se posicionam de forma neutra tanto para a notícia quanto para as ações da companhia. É o caso, por exemplo, do BTG Pactual (BPAC11), que ontem reiterou sua recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 34.
O Bradesco BBI, por sua vez, disse que a nova política de preços é subjetiva, construída sobre uma tese microeconômica por ponto de entrega que impossibilita o rastreamento do mercado. “É provável que os aumentos sejam arbitrários e potencialmente justificados pela busca de paridade de exportação de longo prazo”, destacou.
E disse mais: “se as variáveis macro atuais, como câmbio, preços do petróleo e ‘crack spreads’ permanecerem como estão, esperamos poucas mudanças nos preços atuais.”
O Citi escreveu, em relatório, que há riscos importantes a serem esclarecidos em nova política de preços. “Se o preço do diesel ficar abaixo da paridade internacional, a empresa importará toda a demanda, ou o Brasil enfrentará escassez. O valor marginal da Petrobras vai depender do custo da empresa, que não está claro qual é e o que está incluso nele”, frisou.
Ainda assim, o Citi mantém recomendação de compra com preço alvo de US$ 19 para o ADR da empresa, com potencial de valorização de 62,5% sobre o fechamento de ontem.
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