O presidente em exercício do Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), expressou preocupações sobre a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Braskem (BRKM5), afirmando que o pedido feito pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) surgiu de maneira tendenciosa.
Cunha, que é adversário político de Calheiros em Alagoas, alegou que a proposta apresenta um conflito de interesses entre o investigador e o investigado.
O objetivo da CPI é investigar o afundamento do solo em Maceió, causado pela mineração da Braskem, que resultou na desocupação de aproximadamente 14 mil imóveis em cinco bairros. Cunha ressaltou que há incertezas sobre quem será o investigado e quem será o investigador, destacando que a proposta apresentada é enviesada.
O senador apontou para possíveis conflitos de interesse, mencionando que Renan Calheiros tem conexões familiares com a Braskem, uma vez que seu filho, o ministro dos Transportes Renan Filho, era governador de Alagoas quando as licenças ambientais da empresa foram renovadas. Além disso, Cunha destacou que Renan Calheiros presidiu uma empresa envolvida no mesmo tipo de exploração no passado.
A crise relacionada ao afundamento do solo em Maceió tornou-se um ponto de disputa entre vários adversários políticos em Alagoas.
Embora o pedido de CPI tenha sido lido no plenário, apenas o MDB indicou membros para a comissão até o momento. Cunha assumiu a presidência do Senado temporariamente devido à ausência do presidente Rodrigo Pacheco e do vice Veneziano Vital do Rego, que estão participando da Cúpula do Clima nos Emirados Árabes.
Além do impasse político, a agenda do Congresso, que entra em recesso dia 23, é outro empecilho para que a CPI da Braskem seja instaurada ainda este ano.