O banco BTG Pactual ($BPAC11) manteve neutralidade para Carrefour ($CRFB3) após o balanço divulgado pela rede varejista no segundo trimestre do ano (2TRI24), revertendo prejuízo em lucro de R$ 300 milhões.
Isso ocorre porque, embora o banco de investimentos espere tendências de melhoria gradual nos próximos trimestres, apoiadas pelos esforços do Carrefour para otimizar seu portfólio de lojas e pela recente recuperação da inflação alimentar, a integração e evolução do Grupo Big significa que os resultados permanecerão sob pressão no curto prazo. O que deve ocorrer principalmente em sua divisão de varejo, tornando o Carrefour uma tese mais arriscada do que seus pares.
“A ação teve um desempenho superior nas últimas semanas (+19% no acumulado do mês), limitando também a valorização no curto prazo”, disse o banco.
Em seu balanço, a companhia anunciou que o guidance anual para abertura de lojas C&C aumentará de 10-12 para 20, enquanto abrirá entre 7 e 9 lojas Sam’s Club. O Carrefour também elevou suas estimativas de sinergia de integração do Grupo Big, de R$ 2 bilhões para R$ 3 bilhões para o ano de 2025, impulsionando seu EBITDA.
Carrefour (CRFB3): resultado superior ao esperado
O relatório apontou ainda que o indicador SSS geral cresceu 4,8% quando comparado com o balanço do mesmo período do ano passado. Com ajustes, o SSS aumentou 5,8% na comparação anual, enquanto as vendas líquidas aumentaram 8%, para R$ 28 bilhões, sendo 5% acima do esperado. Na divisão cash&carry (C&C), o SSS cresceu 6,4%. Com ajustes, o SSS na operação C&C cresceu 7,4%.
A margem bruta consolidada foi de 18,7%, ficando abaixo da projeção do BTG. A margem bruta da divisão de varejo caiu 180bps, para 22,5%, refletindo uma postura mais promocional e reduções de estoque devido às lojas fechadas para conversão, enquanto as despesas gerais e administrativas caíram 220bps a/a, gerando uma margem EBITDA ajustada de 3%. A margem bruta de cash&carry foi de 14,6%, impactada por maiores vendas B2B.
Balanço do Carrefour: veja como foi
O Carrefour obteve lucro líquido de R$ 330 milhões no segundo trimestre deste ano (2TRI24) revertendo o prejuízo de R$ 249 milhões do mesmo período do ano passado. Em termos ajustados, o lucro atingiu R$ 151 milhões no período ante R$ 29 milhões do segundo trimestre de 2023, tendo uma alta de 412,5%.
A receitas totais do grupo varejista atingiu R$ 26,9 bilhões no segundo trimestre de 2024, contra R$ 27,4 bilhões do segundo trimestre do ano passado, tendo uma alta de 7,8%.

Enquanto isso, o ebitda ajustado do grupo chegou a R$ 1,6 bilhão no 2TRI24. No mesmo período do ano passado, o ebitda ajustado tinha sido de R$ 1,3 bilhão, uma elevação de 20,2%.
As vendas consolidadas do Carrefour no Brasil, totalizaram R$ 30,5 bilhões no 2TRI24, um crescimento de 4,9% ante o mesmo período do ano passado. A inflação alimentar média anual foi de 3,6% no trimestre e encerrou o período em 4,9% em junho, o que levou à recuperação dos preços e melhor dinâmica de volume dos clientes B2B, que retornaram a um padrão de compra mais normalizado, segundo explicou a empresa em seu balanço.
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