18 Dez 2021 às 10:00 · Última atualização: 08 Jun 2022 · 4 min leitura
18 Dez 2021 às 10:00 · 4 min leitura
Última atualização: 08 Jun 2022
As ações de bancos e seguradoras figuraram entre as mais procuradas no ano de 2021. Historicamente, o setor financeiro é um dos mais resilientes em épocas de crise, especialmente em economias como a brasileira, em que há poucos grandes players que detêm a maior participação de mercado.
De acordo com o último Relatório de Economia Bancária (REB) do Banco Central, os cinco maiores bancos brasileiros (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) detêm 77,5% do crédito de pessoas físicas no país. Quando falamos em pessoas jurídicas, a fatia de mercado é de quase metade (48,6%).
Ou seja, mesmo com a maior presença de fintechs no mercado financeiro, a participação dos grandes bancos ainda permanece muito relevante no mercado financeiro.
No terceiro trimestre de 2021, o somatório do lucro líquido dos quatro maiores bancos brasileiros alcançou R$ 21,3 bilhões. De acordo com a Economatica, esse resultado representa uma alta de 36,7% em relação ao mesmo período de 2020.
O mesmo levantamento mostra que o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) dos grandes bancos no 3TRI21 foi de 17,6%, próximo ao patamar pré-pandemia. Nesse sentido, o Santander é o banco que reportou maior ROE no período, de 19,2%. Logo após, vêm Itaú Unibanco (18,1%), Bradesco (17,1%) e Banco do Brasil (14,1%).
Sobre as perspectivas para as ações de bancos e seguradoras, conversamos com Aline Cardoso, co-head da EQI Research. A seguir, confira quais as expectativas da gestora para ambos os segmentos em 2022.
Segundo Aline, a expectativa é de que o resultado de intermediação financeira seja beneficiado em 2022. Isso por causa do crescimento das carteiras de crédito, o que já foi observado no terceiro trimestre de 2021.
Para a gestora, o cenário de 2022 deverá continuar apresentando inadimplência acima dos níveis pré-pandemia. “No entanto, não esperamos aumento significativo nas provisões dos bancos devido à inadimplência, devido ao alto nível de cobertura dos bancos”, declara.
Para Aline, o resultado da tesouraria dos bancos deverá se beneficiar da elevação da taxa Selic. Nesse sentido, a maior rentabilidade do capital de giro já começou a ser observada também no terceiro trimestre de 2021.
“Paralelamente a isso, a elevação da Selic deve possibilitar a recomposição dos spreads nos próximos períodos, o que também resulta em melhor margem para os bancos”, explica Aline.
O setor de seguros, impactado negativamente pela pandemia nos últimos dois anos, deve continuar seu momento de recuperação. Segundo a gestora, isso é o que mostra os resultados observados no 3TRI21.
“Observando um cenário mais a longo prazo, o crescimento das carteiras de crédito, associado a uma margem financeira mais estável, deve resultar em aumento do resultado financeiro das empresas. Paralelo a isso, a migração para o canal digital já demonstra uma capacidade de alavancagem operacional que ainda pode ser muito mais otimizada. Dessa forma, as empresas conseguem melhorar a razão despesas/receita, possibilitando, assim, um aumento de margem”, afirma Aline.
Segundo a gestora, um dos maiores riscos para o setor em 2022 é a elevação da inadimplência muito acima do esperado. Se isso acontecer, poderá gerar maiores valores de provisões.
Outro risco é a elevação continuada da Selic, que já tornou o custo do capital mais elevado. “Dependendo da evolução de outros fatores macroeconômicos, os juros mais altos poderão reduzir as margens financeiras das empresas.
No caso dos bancos, Aline recomenda dar atenção principalmente aos seguintes indicadores:
Já nas seguradoras, os pontos de atenção ficam por conta de:
Para saber mais sobre ações e outros investimentos, preencha o formulário para que a assessoria da EQI Investimentos possa lhe contatar!