10 Nov 2021 às 14:57 · Última atualização: 10 Nov 2021 · 3 min leitura
10 Nov 2021 às 14:57 · 3 min leitura
Última atualização: 10 Nov 2021
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) nos Estados Unidos aumentou mais do que o esperado em outubro. A alta do custo do combustível e dos alimentos levou ao maior ganho anual desde 1990. Ou seja, é um sinal de que a inflação pode permanecer alta até o próximo ano em meio a problemas globais nas cadeias de oferta.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,9% no mês passado, após alta de 0,4% em setembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (10).
Nos 12 meses até outubro, o índice aumentou 6,2%. O valor é o maior avanço anual desde novembro de 1990, após salto de 5,4% em setembro.
Variação dos preços ao consumidor, principais categorias, em 12 meses
Fonte: Departamento do Comércio
Com a escassez de mão de obra, as empresas estão mantendo seus trabalhadores. Em outro relatório divulgado nesta quarta-feira, o Departamento do Trabalho divulgou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 4 mil, para 267 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 6 de novembro.
Esse foi o patamar mais baixo desde meados de março de 2020, quando a economia quase parou em meio a fechamentos obrigatórios de empresas nos EUA com o objetivo de desacelerar a primeira onda de infecções por Covid-19.
A escalada da inflação pode fazer com que o Fed aperte a política mais rapidamente do que indicou anteriormente. De acordo com o Fed, nas próximas semanas começa a redução da quantidade de títulos que compra a cada mês. Entretanto, as autoridades indicaram até então que os aumentos das taxas de juros ainda não tem previsão de aumento.
A inflação ao produtor da economia dos EUA medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP, ou PPI na sigla em inglês) subiu 0,6% em outubro na base mensal, de acordo com as informações divulgadas nesta terça-feira (9) pelo Departamento do Trabalho. Os valores vieram dentro da expectativa do mercado, com uma aceleração em relação à leitura anterior de 0,5%.
Conforme os resultados, a inflação alta no país pode persistir por um tempo em meio a gargalos nas cadeias de abastecimento relacionados à pandemia.
O qualitativo da divulgação de hoje sugere uma continuidade de pressão inflacionária por mais tempo, sobretudo de itens menos “transitórios” do núcleo, avalia o BTG Pactual Digital (BPAC11). O tema tem sido desafiador pelo mercado via inflação implícita na curva de juros resiliente.
Destaque para a aceleração do segmento de Habitação (de +0,4% para +0,5%), grupo com mais de 30% de peso no índice. Assim como Carros Usados (+2,5%), voltando a apresentar os impactos das dificuldades produtivas. Além disso, o resultado foi agravado pela persistência dos altos preços de Energia (+4,8%) e Alimentos (+0,9%).
O BTG entende que alguns itens devem perder peso ao longo dos próximos meses. Como, por exemplo, o caso de energia e alguns itens ligados ao processo de reabertura. Mas a trajetória de inflação ao consumidor deve seguir superior aos 2,5% ao longo de todo 2022. Além da continuidade da pressão de custos salários e do mercado imobiliário, chama atenção também uma possível pressão no segmento de alimentação.
Nesse sentido, a trajetória esperada de CPI e do mercado de trabalho segue pressionando as expectativas de alta de juros por parte do Fed no próximo ano, suportado por um processo de tapering já iniciado.