04 Mai 2022 às 14:50 · Última atualização: 24 Jun 2022 · 3 min leitura
04 Mai 2022 às 14:50 · 3 min leitura
Última atualização: 24 Jun 2022
StartupStockPhotos/Pixabay
O PMI de serviços dos EUA atingiu 55,6 pontos em abril, uma queda comparado aos 58,0 pontos de março, mas acima dos 54,7 estimados na versão “flash” divulgada na semana passada junto com o PMI Composto.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (4), pela S&P Global. Sigla em inglês para Índice Gerente de Compras, o PMI reflete tanto a sensação dos empresários com o atual momento como as expectativas de médio e longo prazo.
A persistência da inflação foi o principal fator a afetar as expectativas das empresas. Embora a atividade de serviços permaneça aquecida, com forte geração de empregos, como se viu no relatório ADP divulgado também nesta quarta, e crescimento nas vendas tanto internas quanto externas, o temor da alta de custos serviu para refrear a confiança.
Além da alta dos insumos, afetada pelos resquícios da pandemia de covid-19 ao redor do mundo, pela guerra entre Rússia e Ucrânia e por um gargalo logístico que tem atrasado a entrega de matérias-primas e suprimentos, as empresas viram o encarecimento da mão de obra e dos preços de transportes, alimentação e energia.
Com isso, as empresas se obrigam a repassar os custos aos clientes, o que faz girar a roda inflacionária. Nesta quarta-feira, o Fed deve aumentar a taxa de juros no país, com o objetivo de tentar segurar um pouco a economia e segurar a pressão nos preços.
Para os analistas do Time Macro & Estratégia do BTG Pactual, no curto prazo os dados do setor de serviços nos EUA devem permanecer fortes, beneficiados pelo consumo das famílias e pela elevação nos salários.
“Como ponto de risco, destacamos que a perspectiva de manutenção da inflação em patamar elevado, especialmente os produtos de primeira necessidade (alimentos e combustíveis), pode impactar o consumo de Serviços – embora reconhecemos que o impacto é maior em outro setor, o de Bens Duráveis. O vetor que já foi apontado neste mês como impacto negativo na demanda”, diz o banco.
O economista-chefe da S&P Global, Chris Williamson, também avaliou o cenário em texto distribuído pela empresa:
“A procura interna se mantém dinâmica entre as famílias e as empresas, apesar das pressões inflacionárias atuais, e as exportações estão sendo impulsionadas pela demanda reprimida da pandemia à medida que as restrições a viagens globais são aliviadas. A consequência da demanda correndo à frente da oferta é de preços mais elevados, com taxas médias cobradas pelos serviços crescendo a uma taxa acentuadamente aumentada e sem precedentes em abril, após um aumento recorde nos custos das empresas. Desfrutando de forte demanda, as empresas foram cada vez mais capazes de repassar custos mais elevados de energia, materiais e pessoal para os clientes, indicando uma economia que continua a aquecer.”