30 Jul 2021 às 15:21 · Última atualização: 30 Jul 2021 · 7 min leitura
30 Jul 2021 às 15:21 · 7 min leitura
Última atualização: 30 Jul 2021
A Nadir Figueiredo Indústria e Comércio S.A., fabricante brasileira de vidros, é uma das empresas que interrompeu seu pedido de IPO (Oferta Pública Inicial) na Bolsa de Valores.
A companhia já pertenceu à B3 e, ano passado, decidiu fechar o capital, com um programa de recompra de ações. Mas em fevereiro deste ano, a Nadir decidiu voltar à Bolsa – processo que foi posteriormente interrompido em maio.
Vamos conhecer melhor esta empresa?
A companhia possui uma história de mais de 100 anos. O pilar da primeira fase de crescimento foi o pioneirismo. A história da Nadir começa como uma oficina mecânica em 1912 e nos anos 30 começa a trabalhar com produtos de vidro.
A companhia afirma ser líder na América Latina em produtos de consumo com foco em utilidades domésticas de vidros e está entre as maiores empresas do mundo nesse segmento.
A Nadir Figueiredo oferece uma ampla gama de produtos que buscam propiciar aos clientes design e um melhor custo-benefício. “Estamos virtualmente presentes em todas as cidades e municípios do Brasil, por meio de um portfólio completo e uma ampla capilaridade”, diz a empresa no prospecto.
A Nadir Figueiredo possui foco em utilidades domésticas, produto voltado ao consumidor final. Com foco na satisfação do cliente e a gestão de marca, a empresa faz a ativação constante em ações de marketing, bem como foco em embalagens para o setor de alimentos, no qual o produto também vai para a casa do consumidor.
Os segmentos de Garrafaria e de Vidro Plano, geralmente operam com margens menores, onde o foco é na gestão de recursos e competitividade de custos, com dinâmicas de mercado completamente distintas.
A Nadir Figueiredo diz que inovação está no seu DNA. Entre 2013 e 2019, em média, 15% de da receita foi proveniente de produtos lançados nos últimos 24 meses de cada ano.
Um exemplo, e que serve como case, é o ‘Copo Americano’, um produto icônico, com mais de 70 anos de história, e que tem uma relação afetiva com o povo brasileiro. O Copo Americano teve seu registro como ‘marca’ perante o INPI em 2013, e desde então, passou por um processo de branding e ampliação do portfólio de produtos e hoje se destaca em muitos mercados com produtos de valor agregado.
Entre outras inovações, a empresa destaca também a taça Barone. Ela trouxe a percepção ao consumidor de valor agregado com um preço bastante atrativo, revolucionando o mercado de taça de cristais, em contrapartida à grande oferta de produtos importados, com preços elevados.
Uma tendência relevante é o crescimento de produtos para cervejas especiais. A empresa criou uma meta interna de lançar um produto para cada tipo de cerveja e tem sido capaz de executar essa estratégia ao longo dos últimos anos. Hoje, tanto para mercados profissionais como para consumidores finais, é possível se ter um copo para cada tipo de cerveja melhorando a experiência de consumo da bebida e gerando valor.
A empresa possui um portfólio holístico de marcas, cada uma atendendo diferentes grupos de consumidores com estratégias próprias e únicas.
Copo americano: esta é a marca que mais trouxe rejuvenescimento e reconhecimento para a companhia. Partiu de um simples copo, e hoje tem uma expansão de linha muito grande desde que virou marca em 2013, hoje com mais de 170 SKUs. Há mais de 70 anos no mercado, o Copo Americano já possui mais de 6 bilhões de unidades vendidas.
Marinex: marca de refratários de vidro está presente em todo Brasil, com market share expressivo de 4/8% em refratários, de acordo com estimativas internas da companhia. A marca é tão forte que se tornou sinônimo de categoria, cujos produtos são recorrentemente referenciados pelos consumidores por “um Marinex” ou “meu Marinex”. “Acreditamos que há uma relação muito interessante entre marca e o consumidor final que traz benefícios à companhia, tal como a propaganda espontânea da marca via boca a boca, fruto da satisfação dos clientes Nadir Figueiredo”, diz a empresa.
Duralex: a marca representa cerca de metade dos pratos vendidos no Brasil, de acordo com estimativas internas da companhia e, assim como a marca Marinex, passou a integrar o portfólio da Nadir após a aquisição da Santa Marina. Duralex era uma marca popular por seus pratos âmbar e, com a aquisição da Nadir, passou a incluir um portfólio amplo de pratos brancos.
Nadir: a marca é o segmento focado em coparia, envolvendo todos os copos e taças. Engloba desde o copo popular até taças um pouco mais sofisticadas. A marca possui um vasto portfólio de produtos que atrai as diversas classes sociais.
Aproximadamente 70% dos produtos são destinados para lares e residências do Brasil, e o restante, aproximadamente 30%, para serviços de alimentação, como bares, restaurantes e hotéis.
A Nadir Figueiredo exporta desde o começo da década de 1980 para diversos países, sendo hoje mais de 100 países.
O mercado da exportação traz margens atrativas, permite crescer, valoriza a marca globalmente, e faz com que a empresa esteja sempre bem-antenada sobre inovação, acompanhando tendências e criando produtos com base nos padrões mais exigentes de qualidade.
A companhia está presentes desde 1984 na maior feira anual de bens de consumo para o lar, a Ambiente Messe em Frankfurt na Alemanha. No ano de 2020, aproximadamente 8,5% das receitas foram provenientes de exportação.
Para suportar nossa distribuição, a Nadir conta com instalações industriais de ponta.
A fábrica, localizada em Suzano, São Paulo, teve um aumento de 375 toneladas diárias em média em 2000 para 525 toneladas diárias em média em 2020.
A planta conta com 2 fornos alcalinos e 2 fornos opalinos, em um sistema de 24 linhas de produção com flexibilidade para produzir utensílios de mesa e embalagens de vidro.
A capacidade instalada será de 670 toneladas diárias ao fim de 2021, com aumento previsto para 820 toneladas diárias a partir da expansão do Forno 1 e com a construção do novo Forno Alcalino.
A empresa opera a uma taxa de utilização de aproximadamente 100%, com eficiência de produção de mais de 80%. A planta conta ainda com 72.000 m2 de área de estoque, para armazenagem de produtos, e há uma capacidade de expedição de 1.150 toneladas diárias de produtos.
A Nadir Figueiredo protocolou seu pedido de IPO na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em fevereiro deste ano. Mas em maio a empresa interrompeu o processo de alistamento no Novo Mercado. Até mesmo ticker já havia sido definido: NADR3.
A oferta seria primária (quando os recursos vão para o caixa) e secundária (quando parte dos recursos vão para acionistas controladores).
A empresa iria usar os recursos da venda de ações novas para investir em crescimento orgânico e para aquisições.
Na oferta secundária, o FIP Kilauea venderia uma participação no negócio.
O IPO da Nadir era coordenado por BTG Pactual, Bank of America, Itaú BBA e Bradesco BBI.