21 Nov 2020 às 16:00 · Última atualização: 21 Nov 2020 · 5 min leitura
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Última atualização: 21 Nov 2020
Criada em 2015, a Focus Energia, que agora está na fila para abrir o capital na B3, já foi por dois anos consecutivos eleita a melhor empresa do setor pela revista Exame, com retorno sobre o patrimônio superior a 80%.
Embora tenha começado como comercializadora, a empresa, fundada por um ex-BTG, vem desde 2018 se preparando para atuar em outras frentes. A ideia é ser uma companhia de energia completa, com presença em três segmentos: geração de energia, comercialização de energia e gestão ativa de energia.
Os recursos levantados com a Oferta Inicial de Ações (IPO) serão usados para concretizar esse plano.
Levantamos as principais informações sobre a Focus e sobre o IPO para que você conheça melhor essa possível novata da bolsa brasileira.
A empresa foi criada pelo administrador de empresas Alan Zelazo, hoje sócio-diretor da companhia.
Com quase duas décadas de experiência no mercado de energia, ele decidiu fundar a Focus Energia em 2015. Ex-sócio do BTG, atuou nas companhias El Paso Energy e EDP, sempre na área estratégica e comercial de energia.
O objetivo inicial era comprar e vender energia. Mas logo o foco e a ambição se expandiram. Hoje a Focus Energia tem como meta estar consolidada como uma empresa completa, atuando desde a produção e geração de energia até a comercialização.
“Nossa proposta é atuar no mercado de energia elétrica trazendo soluções inteligentes que possibilitem negócios sustentáveis de longo prazo para os nossos clientes”, define a empresa.
Com objetivo de explorar as oportunidades do setor de energia no Brasil, a Focus Energia atua em quatro grandes áreas.
Os pontos fortes, segundo a empresa, são a atuação em segmentos estratégicos e complementares da cadeia energética. Além disso, a facilitação do acesso de empresas à geração de energia em fontes renováveis, e uma carteira de clientes com mais de 1.400 nomes.
A Focus Energia iniciou seus investimentos em geração de energia elétrica em 2017. Naquele ano, adquiriu duas Centrais Geradoras Hidroelétricas (“CGH”) em Minas. Atualmente, possui 4 ativos de geração hidráulica, em fase operacional e pré-operacional.
Recentemente, a empresa adquiriu um projeto de energia renovável em estágio inicial de larga escala e baixo impacto ambiental. Esse será um dos maiores projetos solares do país e do mundo em operação, com 45 parques, cada qual podendo abrigar uma usina (“Projeto Futura”).
A capacidade instalada em todo o complexo (Futura 1, Futura 2 e Futura 3) é de mais de 3,0GW e uma geração total de 1.000 MWm.
Em relação ao Futura 1 e Futura 2, a companhia já adquiriu 20 parques. A capacidade instalada estimada é de 610 MW. A empresa detém uma opção de compra em caráter de exclusividade para aquisição dos demais parques.
A empresa registrou lucro líquido de R$ 94,1 milhões em 2019. O indicador foi de R$ 110,1 milhões no ano anterior e R$ 66,1 milhões em 2017.
A receita líquida também foi menor em 2019. Assim, a empresa teve receita de R$ 1,39 bilhão em 2019. Em 2018, foi de R$ 2,09 bilhões e, em 2017, R$ 1,52 bilhão.
O Ebitda foi de R$ 102,2 milhões em 2017, R$ 152,1 milhões em 2018 e R$ 132,3 milhões em 2019.
Já a margem Ebitda ficou em 9,5% em 2019, 7,2% em 2018 e 6,7% em 2017.
O prospecto preliminar da empresa foi registrado na CVM em 16 de outubro. Mas ainda não há informações de prazos e valores.
A oferta terá distribuição primária e secundária de ações. A empresa quer ser listada no Novo Mercado.
O coordenador líder é o Morgan Stanley, que atuará junto a Santander (SANB11) e Citi na operação.
Os acionistas vendedores da oferta são Alan Zelazo, Eduardo Dal Sasso Mendonça Cruz, Carlos Baccan Netto e Henrique Coelho Casotti.
A Focus Energia pretende usar os recursos líquidos do IPO para investimento em projetos de geração de energia para comercialização. O foco será no Projeto Futura, e em projetos de geração distribuída, todos no segmento de energia renovável.
A verba também será usada em outras despesas gerais de propósitos corporativos da companhia e de suas controladas, inclusive para reforço da estrutura de capital e aumento de liquidez da companhia.
Por fim, a companhia estima que os investimentos para implantação do Futura 1 e do Futura 2 sejam de aproximadamente R$ 4,4 bilhões.
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