06 Out 2021 às 11:30 · Última atualização: 06 Out 2021 · 5 min leitura
06 Out 2021 às 11:30 · 5 min leitura
Última atualização: 06 Out 2021
Reprodução/Flickr
O mercado de trabalho dos EUA é avaliado de forma constante por meio de indicadores americanos de emprego mundialmente relevantes. Até porque, a situação dos empregos na maior potência do mundo afeta diretamente a economia global.
E nesta semana serão divulgados os três principais deles: ADP na quarta (6), pedidos de seguro-desemprego na quinta (7) e payroll na sexta (8). Confira neste artigo o que significa cada um deles.
Os indicadores americanos, de maneira geral, representam o desempenho econômico dos EUA. Dessa forma, os dados refletem não só o que ocorre na economia global, mas também no mundo inteiro, pois esta é a maior potência econômica do planeta.
Existem diversos dados estatísticos que são analisados principalmente por investidores da bolsa de Nova York. Tanto que logo após a divulgação do relatório, a volatilidade aumenta devido à maior movimentação no mercado de capitais.
Entre esses índices, os mais importantes são:
No ano de 2021, o governo Biden anunciou um plano histórico com a alavancagem de investimentos em infraestrutura e educação, além de programas como o American Jobs Plan e o American Families Plan, que fortalecem a classe média dos EUA.
A melhora nos indicadores americanos neste momento pode ser derivada deste plano governamental. Porém, a sua continuidade será essencial para manter a base sólida na economia dos EUA, tendo esta atuação do Estado como um fator crucial.
Para analisar a conjuntura econômica dos EUA em relação ao emprego, é preciso analisar os três indicadores citados anteriormente. Por isso, segue a explicação de cada um deles a seguir.
Define-se Payroll como a folha de pagamento não-agrícola dos EUA. Logo, é a principal fonte para analisar a situação dos empregos no país. São incluídos todos os trabalhadores do segundo e terceiro setor, que compõem cerca de 80% do total de empregos nos EUA.
Outro fator importante é o seu impacto no mercado financeiro. Por exemplo: o preço do dólar e a movimentação na bolsa de valores afetam os juros locais. Assim, todas as negociações são diretamente afetadas por essas estatísticas.
A partir do relatório do Payroll, é possível observar também os seguintes dados:
Como o Payroll é um dos indicadores americanos abrange todos os trabalhadores, com exceção de empreendedores, ONGs, setor agrícola, autônomos e militares, é possível dizer que este é um panorama geral da economia dos EUA.
Divulgado em 3 de setembro, o último payroll decepcionou: apontou a criação de 235 mil vagas nos EUA em agosto, quando a expectativa era por 750 mil. A taxa de desemprego caiu de 5,4% para 5,2%, dentro da projeção.
O resultado reforçou a tese de que o mercado de trabalho norte-americano ainda não mostrou recuperação consistente pós-Covid. E o dado é levado em conta pelo Federal Reserve para definir sua política monetária, atualmente estimulativa, mas em vias de promover uma retirada de estímulos.
A sigla ADP é a abreviação de “Automatic Data Processing” e é também um dos indicadores americanos que refletem sobre a economia e o emprego no país. Muitos economistas o chamam de “prévia do payroll”, devido à semelhança entre os dois índices.
Neste índice, são contabilizadas todas as vagas de emprego criadas no setor privado não-agrícola. Ou seja, desde pequenas empresas até grandes empresas e multinacionais são levadas em conta na pesquisa. Já o payroll contabiliza também os cargos públicos.
Sendo um dos indicadores americanos mais debatidos pela sociedade, os pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA registram de forma constante a situação econômica dos EUA. Até porque, eles refletem a situação dos empregos em geral no país semanalmente, com divulgação do dado toda quinta-feira.
Em sua última leitura, o número de novos pedidos de seguro desemprego atingiu 362 mil na semana até 25 de setembro. Ficou acima da projeção que era de 335 mil novas requisições. A média móvel de quatro semanas foi de 340 mil.
Comparativamente, em março de 2020, antes da pandemia, os pedidos somavam 281 mil. Em 2 de abril do mesmo ano, auge da Covid-19 nos EUA, foram 6,648 milhões de pedidos. A partir de agosto de 2020, no entanto, as reivindicações começam a declinar semanalmente, mantendo-se sempre abaixo de 1 milhão de pedidos semanais, com algumas oscilações pontuais para cima.
Existem diversos indicadores americanos e conceitos usados na macroeconomia que possuem relação direta com o desemprego nos EUA. Entre eles, estão:
Todos esses índices estão atrelados ao desemprego, pois afetam o poder de compra do consumidor e os investimentos estrangeiros. Além disso, está associada com a inflação, uma vez que a circulação de moedas aumenta e a moeda desvaloriza.
Confira uma breve explicação de cada um dos itens citados a seguir:
Os bancos centrais têm a função de elevar a taxa de juros em eventuais casos para evitar a inflação. Da mesma maneira, uma moeda desvalorizada pode indicar aumento de preços e vice-versa, o que impacta diretamente nos empregos e renda.
Muitos americanos “subiram a régua” ao procurar emprego. Isso porque, com um auxílio desemprego que alcança os valores salariais médios, estes optam por não trabalhar por questões de custo-benefício.
Como uma parcela considerável da população dos EUA preferiu continuar com o auxílio desemprego, muitas empresas perderam mão de obra. Por essa razão, estão aumentando o salário para aumentar a procura pelas vagas de emprego.
Se os títulos americanos forem atrativos, o dólar terá maior circulação. Todavia, se isso sair de controle, haverá inflação e desemprego. Assim, o mercado de capitais americano tem influência direta nos empregos.