30 Jul 2021 às 15:16 · Última atualização: 30 Jul 2021 · 5 min leitura
30 Jul 2021 às 15:16 · 5 min leitura
Última atualização: 30 Jul 2021
A empresa de saúde Hospital Care está com seu pedido de IPO (Oferta Pública Inicial) paralisado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A empresa possui um modelo diferente de atuação no setor da saúde. Atua com hospitais de alta complexidade, laboratórios de exames, planos de saúde e centros médicos.
Os hospitais comprados pela empresa são chamados de “hubs”. Segundo a holding, a montagem de um hub, ou do conceito “hub-satélite” é um conceito novo, pouco utilizado no Brasil, mas muito utilizado nos EUA, onde já há uma pressão pela adoção de sistemas mais sofisticados de precificação e remuneração na saúde.
Vamos conhecer melhor a empresa?
Em 2017, a união de pessoas com o sonho de transformar a saúde suplementar do Brasil possibilitou o início da criação do Hospital Care.
O atual CEO, Rogério Melzi, em conjunto com Elie Horn, por meio do fundo Abaporu, e do fundo Crescera, resolveram criar uma empresa de serviços de saúde que se diferenciasse no setor. No mesmo ano foi comprado o primeiro hospital, o Vera Cruz de Campinas.
A companhia se define como um “ecossistema nacional de ecossistemas regionais”. O conceito passa por identificar cidades-alvo dentro das regiões de atuação, adquirir um hospital privado de alta complexidade, com relevância regional e credenciado a diversas fontes pagadoras, e então construir de forma orgânica ou inorgânica uma rede completa no entorno desse hospital, incluindo ativos de baixa e média complexidades.
Ao integrar essas redes em sistemas regionais, a Hospital Care permite que os pacientes sejam atendidos na hora certa, no lugar certo, e ao custo certo, contribuindo assim para a formação de um sistema de saúde mais sustentável.
“Chamamos cada uma dessas regiões de ‘hubs’, para fazer alusão aos sistemas de ‘Hubs e satélites’. Assim, temos um hospital de alta complexidade no centro do hub, conectado com diversos ativos de complexidades, vocações, e localizações diferentes”, afirma a empresa no prospecto.
A estratégia da companhia é focar prioritariamente nas regiões Sudeste (ex-grandes capitais), Centro-Oeste, e Sul do Brasil.
Em paralelo, a empresa procura atuar preferencialmente nos segmentos de classe social média e média alta das populações. As classes A, B e C representam mais de 73% (77,6 milhões) da população total nas regiões-alvo.
A empresa acredita que essa combinação de geografia com segmentação ainda é relativamente pouco explorada pelos competidores, de forma que ainda é possível focar na criação das competências necessárias para atuar nesses espaços.
Na data do prospecto, em fevereiro, o Hospital Care tinha 5 hubs operacionais (e um 6º hub aguardando fechamento, já aprovado pelos órgãos reguladores na cidade de Sorocaba (SP)).
Assim, a rede é composta por 11 hospitais, 1.206 leitos (1.331 leitos potenciais) e 24 clínicas e centros médicos, além de duas operadoras de saúde com aproximadamente 101 mil vidas, que contam com mais de 210 médicos credenciados, 9 clínicas e laboratórios e 13 hospitais, atendendo 16 cidades (esses dados incluem as aquisições) do Hospital Evangélico em Sorocaba e Hospital Caridade em Florianópolis, pendentes de aprovação do Cade e fechamento da operação respectivamente).
O primeiro hospital, o Vera Cruz de Campinas, foi comprado em 2017. No ano seguinte foram adquiridos o Grupo São Lucas de Ribeirão Preto, o complexo Baía Sul e a Clínica Imagem, ambos em Florianópolis. Em 2019 o Hospital Care comprou o Hospital Pilar, em Curitiba, e em 2020 chegou a São José do Rio Preto por meio da parceria com a Austa hospital.
A companhia criou ainda uma empresa inovadora, chamada Excella, com o objetivo de ajudar a promover mudanças nas formas atuais de interação entre prestadores e operadoras de saúde para modelos com maior alinhamento entre as partes.
Os Hubs do Hospital Care estão atualmente localizados no interior do Estado de São Paulo, em Curitiba (Paraná), e Florianópolis (Santa Catarina).
O Hospital Care fez pedido de IPO à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em fevereiro deste ano. Mas, em maio, desistiu do processo.
A empresa já havia definido até o ticker: HCAR3.
Segundo informou, a suspensão é “devido à deterioração das condições dos mercados brasileiro e internacional”.
A companhia também já havia definido a faixa indicativa da oferta, que seria de R$ 22,50 a R$ 28,50. Levando em conta a mediana, de R$ 25,50, o Hospital Care poderia levantar R$ 790,5 milhões. Caso vendesse os lotes adicionais e suplementares no topo da faixa, poderia movimentar mais de R$ 1 bilhão.
Os recursos da oferta seriam usados para investimentos em expansão e desenvolvimento de unidades já existentes, aquisição de novos ativos, investimentos em sistemas, inovação e tecnologia e aquisição de cotas e/ou ações para aumento da participação societária em sociedades investidas.
A coordenação era de Itaú BBA (coordenador líder), BTG Pactual (BPAC11), Bank of America, XP, Safra e UBS BB.