17 Jul 2021 às 17:00 · Última atualização: 17 Jul 2021 · 8 min leitura
17 Jul 2021 às 17:00 · 8 min leitura
Última atualização: 17 Jul 2021
A rede de modas das regiões Centro-Oeste e Norte do país Grupo Avenida é uma das empresas que está na fila dos IPOs deste ano.
Com 130 lojas físicas espalhadas por estas regiões, a companhia também vende por meio de e-commerce e quer expandir sua atuação. O foco é crescer principalmente nos Estados em que já atua, remodelar lojas e ampliar os serviços financeiros oferecidos aos clientes.
Vamos conhecer melhor o Grupo Avenida?
Fundado em 1978, o Grupo Avenida foi comandado pela mesma família, crescendo organicamente com constante evolução nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
A empresa divide sua história em três fases:
Fase I: Fundação e Expansão Regional. Ailton Caseli abriu a primeira loja em 1978, na cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, com a venda de tecidos em um espaço de, aproximadamente, 50m², após acumular alguns anos de experiência nas Casas Pernambucanas. Em 1989, realizou a primeira expansão extra estadual do Grupo Avenida, em Vitória, no Espírito Santo. Na década de 1990, houve a introdução da segunda geração da família nos negócios e o aproveitamento de uma nova oportunidade: compra e aluguel de 5 lojas das Casas Pernambucanas próximas de encerrarem suas operações. Com novas unidades, o fundador gerou recursos para fretar um avião de pequeno porte visando conhecer e mapear novos municípios sem acesso por voos comerciais, contribuindo para o planejamento estratégico da abertura de novas unidades.
Fase II: crescimento acelerado e aperfeiçoamento da gestão. Em 2001, a empresa contava com cerca de 30 lojas, incluindo a primeira presença em um shopping center. Nesses locais, o Grupo Avenida tinha o maior número de competidores de grande porte no varejo nacional, inclusive outras grandes redes, o que fez com que as práticas de gestão e logística para operar em centros comerciais se aprimorassem. Entre 2001 e 2010, a companhia aumentou o número de lojas físicas para 69, quando a empresa adicionou novo CEO. Com isso, decorreram diversas iniciativas de inovação e melhorias. Foi feita a mudança do centro de compras de Cuiabá para a cidade de São Paulo e centralização da logística em um único centro de distribuição localizado em Campo Grande.
Fase III: capitalização, profissionalização e expansão digital. Em 2014, o Grupo Avenida consolidou o escritório em São Paulo, a fim de continuar estreitando os relacionamentos com os principais parceiros do país, bem como a empresa recebeu investimento do fundo de investimentos Kinea, oferecendo capitalização e ampliação a governança corporativa. Com a necessidade de uma estratégia multicanal, foi lançada em 2019 a operação de e-commerce como uma etapa inicial do mapa de expansão do canal digital. Paralelamente, a empresa iniciou uma estratégia comercial embasada nos pilares de exposição em canais de mídia, aumento da satisfação do consumidor e motivação da força de vendas com remuneração variável atrativa.
O Grupo Avenida afirma ser a empresa de vestuário líder em número de lojas nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil e um dos principais one-stop-shops de vestuário para as famílias das classes econômicas C-D-E do Brasil, que representa uma população de mais de 180 milhões de brasileiros.
O diversificado portfólio de produtos que aposta na qualidade e preços acessíveis, inclui roupas, calçados, cama, mesa, banho e acessórios de telefonia organizados para servir o público masculino, feminino e infantil.
A empresa atende esse público através das 130 lojas físicas localizadas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país, bem como na plataforma online de comércio eletrônico.
O modelo de negócios do Grupo Avenida foi desenvolvido para atender os 86%3 de brasileiros pertencentes às classes C, D e E.
Segundo a empresa, eles se diferenciam dos concorrentes, entre outras razões, por operar um grande número de formatos de loja em diferentes localidades, oferecer soluções de crédito e possuir um baixo “risco de moda”, demonstrado pela menor quantidade de itens dependentes das tendências de moda e da tradicional queima de estoque das coleções defasadas em relação aos nossos concorrentes.
“Com isso, acreditamos que nossa gestão minimiza o efeito adverso da sazonalidade, explorando a flexibilidade que temos em nossas 11 categorias vendidas a preços competitivos”, diz o Grupo Avenida no prospecto preliminar.
A base de lojas está estrategicamente distribuída entre as bandeiras Avenida com 110 unidades, e Giovanna (Avenida Calçados) com 20 unidades, e geograficamente presentes em múltiplas unidades federativas do Brasil.
Dentre as 130 lojas em funcionamento, cerca de 54% estão localizadas no Centro-Oeste, 28% estão localizadas no Norte e os 17% remanescentes estão distribuídos em 4 estados, sendo eles: Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Maranhão.
“Apresentamos uma capacidade notável de operar diferentes formatos de lojas, seja por geografia, tipo ou tamanho de loja, o que nos garante uma flexibilidade única em nosso modelo de negócio”, diz o Grupo Avenida.
A companhia está tanto em regiões metropolitanas como em cidades menores do interior, sendo que mais de 70% das unidades estão em municípios com população entre 20 mil e 500 mil habitantes, nos quais a empresa enxerga oportunidade para capturar participação, atendendo regiões que, na visão da empresa, carecem da atenção dos concorrentes.
“Desse modo, além de possuirmos a versatilidade de operar lojas de rua, lojas em shopping centers ou supermercados, o tamanho de nossas lojas pode variar até 10 vezes, adaptando nossas lojas à demanda de nossos clientes e mantendo um alto padrão de execução entre todos os formatos”, explica a companhia.
O Grupo Avenida registrou lucro líquido de R$ 6,8 milhões em 2018 e R$ 25,3 milhões em 2019. Mas, no ano passado, houve prejuízo de R$ 51,1 milhões.
O Ebitda ajustado da empresa saiu de R$ 90,6 milhões (2018) para R$ 129,7 milhões (2019) e R$ 79,6 milhões (2020).
Já a receita líquida da empresa cresceu de R$ 637,8 milhões em 2018 para R$ 677,9 milhões em 2019, porém depois caiu para R$ 641,3 milhões.
A empresa tem vasta experiência no varejo focado no público C-D-E e em regiões interioranas do Brasil. Com isso, eles afirmam que possuem uma visão diferenciada do potencial que ainda é possível alcançar nas regiões de atuação e o melhor momento para transcender barreiras e expandir operações em novos locais.
“Aliando essa visão com detalhado planejamento da nossa estratégia de longo prazo, foi possível desenvolver um mapa de oportunidades para investirmos nossos esforços”, diz o Grupo Avenida.
Assim, os objetivos abrangem cinco principais avenidas de crescimento:
A empresa protocolou seu pedido de IPO na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em março deste ano.
A oferta será primária (quando os recursos vão para o caixa da empresa) e secundária (quando os acionistas vendem uma fatia de suas ações).
De acordo com o prospecto preliminar, a empresa deve usar os recursos líquidos obtidos com a oferta para investimentos em logística e tecnologia; abertura de novas lojas; reformas das lojas existentes (retrofit) e liquidação de dívidas.
Os acionistas vendedores serão os sócios pessoa-física do Grupo Avenida Ailton Caseli, Christian Caseli e Rodrigo Caseli.
A oferta tem como coordenador líder o banco Itaú BBA e como agente estabilizador o banco Santander. E conta ainda com o UBS Brasil e Citigroup.