08 Jun 2022 às 14:55 · Última atualização: 09 Jun 2022 · 8 min leitura
08 Jun 2022 às 14:55 · 8 min leitura
Última atualização: 09 Jun 2022
Dá para ganhar R$ 10 mil de dividendos mensais com FIIs? A resposta é sim!
Os fundos imobiliários são boas alternativas para diversificação de investimentos.
Mesmo em um cenário de tendência de alta da Selic em 2022, é possível garantir uma exposição adequada ao ativo, conforme o perfil investidor.
Saiba agora quantos FIIs é preciso ter na carteira. Descubra quanto investir hoje em ativos para ter uma renda passiva de R$ 10 mil, R$ 5 mil e R$ 1 mil.
Acompanhe a análise dos especialistas da EQI Investimentos.
Os fundos de investimento imobiliário, conhecidos como FIIs, são uma modalidade de investimentos na qual o investidor compra cotas de um fundo que aplica seu patrimônio em imóveis.
Esses imóveis são, geralmente, grandes empreendimentos como shopping centers, lajes comerciais e galpões logísticos.
Tais patrimônios são constituídos na forma de fundo, que são divididos em cotas, negociadas em bolsa. Dessa forma, é importante entender que os fundos imobiliários são investimentos de renda variável.
O investidor que aplica seus recursos em FIIs recebe dividendos mensais. Eles são correspondentes aos aluguéis dos imóveis detidos pelo fundo.
Além disso, também é possível ganhar com a valorização das cotas do fundo.
Conforme a análise de especialistas de mercado da EQI, à primeira vista, as perspectivas para os fundos imobiliários em 2022 e 2023 são estáveis, com poucas chances de grande valorização.
Isso porque em um cenário de escalada da Selic, os FIIs acabam competindo diretamente com a renda fixa, que passa a atrair o capital dos investidores, que buscam maiores rentabilidades, sem a oscilação típica da renda variável.
No entanto, no longo prazo, a situação ganha um novo contorno, com perspectivas de bons dividendos.
“O fato dos contratos imobiliários estarem atrelados a índices inflacionários como IGPM e IPCA faz com que em um horizonte de 3 ou 4 anos, seja possível o pagamento de bons dividendos. Isso irá retomar a atratividade dos FIIs”, explica Elias Wiggers, assessor e sócio da EQI Investimentos.
Ainda de acordo com o especialista, existe nesse momento uma boa janela para compra.
“Contudo, é preciso analisar, pontualmente, uma série de outros fatores como localização, inquilinos, etc. Além disso, também é preciso observar a expectativa de uma retomada econômica e o arrefecimento das pressões inflacionárias, entre outros pontos”, ele observa.
De acordo com o Elias Wiggers, para responder a essa dúvida é sempre importante analisar os fundos imobiliários, dividindo o foco entre renda mensal e valorização da cota.
“Quem procura renda atualmente, o foco tem sido os fundos de papel. Já os fundos ligados ao setor de varejo, consumo, shopping center, hotéis e lajes corporativas, têm sido foco para quem observa valorização de cota e ganho de capital”, define Wiggers.
Para o especialista da EQI, não existe uma resposta de “prateleira” sobre a recomendação de alocação ou quantos fundos imobiliários é preciso ter em carteira.
“Em geral, as carteiras consideram de 5 a 10 FIIs ou, em alguns casos, até 15. Mais do que 15 pode significar um número muito alto de ativos para serem avaliados. Ao invés de quantidade, prefiro focar mais em diversificação por setor, apostando naqueles melhores fundos de um segmento específico. Com base nisso, o investidor chegará, no máximo, a 15 fundos na carteira”, considera Elias Wiggers.
Analistas da EQI Asset observam que a melhor alocação é a que mais se enquadra no perfil de risco de cada cliente.
De acordo com esses especialistas, ter uma parcela em fundos imobiliários é adequado para manter o poder de compra, por usualmente renderem acima da inflação, e para quem busca uma renda mensal.
Complementando este ponto, o assessor da EQI Investimento, defende que a melhor alocação depende de alguns fatores específicos.
“É preciso avaliar o volume de capital do investidor, quais são os demais ativos da carteira e de que forma esses ativos estão distribuídos para que haja um melhor balanceamento”, ressalta.
O profissional também alerta sobre a importância do investimento em FIIs como diversificação.
“Não cabe recomendar que o investidor coloque todo o seu capital em fundos mobiliários, mesmo que ele demande uma estratégia muito específica de geração de renda, com maior dedicação a este ativo”, orienta Wiggers.
Para responder a essa questão, o assessor de investimentos da EQI considerou o rendimento de alguns ativos da atualidade.
“Qualquer análise depende do tipo de fundo. Os que estão em foco atualmente (março de 2022) são os fundos de papel que estão pagando entre 0,80% e 0,85% ao mês. Há alguns pagando entre 1,10% a 1,20% ao mês. Com base nesses percentuais, para fazer simulações de renda de R$ 10, R$ 5 e R$ 1 mil mensais, seria necessário desenhar uma carteira diversificada e pesá-la um pouco mais nos fundos de papel, colocar algo também de galpão logístico ou de algum segmento específico como FIIs Agro”, analisa Elias.
Veja os exemplos abaixo:
“Em uma carteira recomendada para quem quer ter R$ 10 mil por mês, fazendo uma conta simples, se o fundo está pagando 1% ao mês, logo, é preciso investir R$ 1 milhão. A maioria das carteiras recomendadas persegue, neste momento atual, esse percentual”, esclarece Wieger.
Seguindo a mesma lógica, quem deseja ter R$ 5 mil de renda, precisa investir R$ 500 mil.
Quem deseja ter R$ 1 mil reais, deve investir R$ 100 mil.
Para ter renda passiva de R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil em FIIs, especialistas da EQI Asset desenharam as seguintes simulações, a pedido do portal EuQueroInvestir, considerando a média dos dividendos pagos por cada tipo de fundo da indústria:
Renda Mensal Pretendida | ||||||
1.000 | 5.000 | 10.000 | ||||
Tipo de Fundo Imobiliário | Div / Cota* | Cota | Investimento Necessário | |||
Papel (CRI) | R$ 1,09 | R$ 97 | R$ 89.257 | R$ 446.284 | R$ 892.569 | |
Fundo de Fundos | R$ 0,57 | R$ 67 | R$ 117.576 | R$ 587.878 | R$ 1.175.756 | |
Galpão Logístico | R$ 0,84 | R$ 92 | R$ 109.762 | R$ 548.810 | R$ 1.097.619 | |
Laje Corporativa | R$ 0,57 | R$ 74 | R$ 129.054 | R$ 645.268 | R$ 1.290.536 |
* Disclaimer: rendimentos passados não são garantia de rendimento futuro.
* Observação: valores médios considerando os dividendos dos fundos referentes ao mês de fevereiro de 2022 e cotação dos fundos de 13 março 2022.
(Por Vanessa Araujo)