17 Mai 2022 às 14:04 · Última atualização: 24 Jun 2022 · 3 min leitura
17 Mai 2022 às 14:04 · 3 min leitura
Última atualização: 24 Jun 2022
Janno Nivergall/Pixabay
A produção industrial nos Estados Unidos teve alta de 1,1% em abril. Foi a quarta alta consecutiva do índice, que já acumula elevação de 6,4% em relação à soma dos quatro primeiros meses do ano passado.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (17) pelo Fed, o banco central norte-americano. O índice foi puxado principalmente, na divisão por área de produção, pelo setor de utilitários, que teve alta de 2,4%, enquanto a indústria de mineração teve alta de 1,6% em relação a março.
O banco destacou que todos os grupos tiveram alta na produção. Quando se divide por setor de mercado, a indústria automotiva teve destaque, com aumento de 3,9% na produção de motores e outras partes de veículos.
Os bens de consumo tiveram alta acima de 2,5% para eletrônicos domésticos, enquanto a produção de alimentos, bebidas e produtos de tabaco cresceu 0,9%.
Do lado negativo, a área de mobília, tapetes e utensílios domésticos teve queda em torno de 1,5%, enquanto produtos de plástico e de borracha caíram 0,8%.
As indústrias continuam funcionando com um bom índice de capacidade instalada: 79,2%, 0,6 p. p. acima de março e a maior taxa desde abril de 2007 – cerca de 1,1 p. p. acima da média dos últimos 50 anos. Com o resultado de hoje, a produção industrial deixa um carrego de 2,0% para o 2T22.
Fonte: Fed
Para os analistas do Time Macro & Estratégia do BTG Pactual apontam que os resultados do setor industrial devem ser observados à luz da continuidade dos gargalos nas cadeias produtivas e da elevada inflação de custos.
Os dados de atividade econômica reforçam a perspectiva de economia norte-americana bastante aquecida, o que deve entrar na análise do FOMC nas decisões de política monetária dos próximos meses. Até o momento, o presidente do Fed e seus principais dirigentes sinalizam, pelo menos, mais duas altas de 50 bps nas próximas reuniões.
“Observamos uma desaceleração na margem nos novos pedidos e na produção do ISM Industrial, movimento que pode refletir na produção industrial nos próximos meses. Mas ressaltamos a elevada capacidade de utilização da indústria e o baixo nível de estoque, forças que devem seguir um crescimento acima da tendência histórica. Ressaltamos que os indicadores antecedentes para o mês de maio já apontam acomodação do cenário manufatureiro, com destaque para o forte recuo do índice Empire Manufacturing. Ainda assim, esse é um indicador extremamente volátil e que pode descolar no curto prazo de outros indicadores mais estruturais (como o próprio ISM, conforme ocorreu em março)”, concluem os analistas.