A Rússia negou, ontem (19), à Organização das Nações Unidas (ONU) um acordo por um cessar fogo em Idlib, na Síria. A região, no noroeste do país, está sofrendo sob os ataques comandados por Bashar al-Assad, que recebe apoio de Moscou.
Conforme informações diplomáticas, como resistência, a comissão russa impossibilitou que o pedido da ONU chegasse a outros representantes. Isso porque para impor decisões obrigatórias, o Conselho de Segurança das Nações Unidas necessita do apoio de 15 estados-membros.
De acordo com o embaixador da França, Nicolas de Rivière, apesar do posicionamento russo, nenhum esforço pela paz foi poupado. “Tentamos, com muita força, ter uma declaração à imprensa pedindo a cessação das hostilidades e a autorização para o acesso humanitário à Idlib. A Rússia, basicamente, disse que não, o que é muito doloroso”.
Aliás, a declaração do representante francês na ONU ocorreu logo após a reunião do conselho, na qual o embaixador russo, Vasily Nebenzya, discursou. Embora outros representantes internacionais estivessem pedindo pela interrupção para a ajuda humanitária, a Rússia defende a legitimidade dos ataques. “Não deixaremos de apoiar o governo legítimo da Síria, que está conduzindo uma luta legítima contra o terrorismo internacional”.
Para muitos países, como os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, o acordo de Astana não está mais funcionando. E, por isso, seria providencial a intervenção da ONU. Vale lembrar que este memorando pelo processo de paz na Síria foi acordado entre Rússia, Irã e Turquia, na cidade homônima, no Cazaquistão.
Em busca de gerenciar o cenário no local, Moscou e Ancara estão debatendo uma resolução ao longo dos últimos dias. Porém, até o momento não houve uma resolução ou desfecho positivo. Enquanto isso, as tropas oficiais e de aliados de Bashar al-Assad continuam avançando rapidamente.
Rússia mantém a resistência
Ontem, em sinal de “último alerta” ao governo sírio, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, comunicou uma possível ação de seu exército. Como resposta, a Rússia declarou que uma intromissão turca seria “o pior cenário” e que seria melhor manter o diálogo.





