Entre os diversos itens de investimentos que dispararam com a guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022, estava o ouro. Quando a Rússia invadiu o território ucraniano, o preço da onça-troy, que é o padrão de medida para as negociações com o ouro, chegou a US$ 1.888, mas subindo até chegar a algo próximo dos US$ 1.900. Estes foram os maiores valores do ano e pesam sobre quais as perspectivas para o ouro em 2023.
Com isso, o investimento em ouro, acabou sendo atrativo, pois trata-se de um ativo voltado mais para reserva de valor. Segundo o BTG Pactual (BPAC11), o metal teve um segundo trimestre marcado pela incerteza econômica global, maior volatilidade e pressão inflacionária disseminada.
Por isso, o conflito ucraniano acabou por ser mais um vetor altista para um ambiente favorável para a classe de ativo do qual o ouro faz parte (momentum favorável), mas também um trigger adicional para a pressão inflacionária, segundo relatório do BTG.
Mas como será o cenário para 2023 e com a guerra em um momento de incertezas?
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Quais as perspectivas para o ouro: o que impacta os preços
Para os investidores, é importante saber quais são os fatores que impactam o preço do ouro. As crises financeiras são momentos considerados chave para o ouro, pois, pela sua segurança, torna-se um dos investimentos mais procurados.
Isto porque em momento de crise, os investidores tendem a buscar portos seguros para alocar seus recursos. E nesse cenário, entra o investimento em ouro: ainda que moedas consideradas fortes se desvalorizem ou a economia desaqueça a ponto de atingir uma recessão, o ouro permanece praticamente intocável. E ainda pode servir como reserva de valor, tendo poder de negociação.
O que é reserva de valor
Como citamos a reserva de valor, que é ligado aos investimentos com ouro, é importante entender o que é esse significado
A reserva de valor atua como proteção aos investimentos contra variações intensas de mercado. Assim, há algumas características que se encaixam nesse tema:
- Manutenção de valor com o passar do tempo;
- escassez e dificuldade de obtenção;
- liquidez;
- não perde o valor com o passar do tempo.
Existem diversos ativos que se encaixam em algum destes critérios de reserva de valor, mas somente o ouro consegue ter o potencial de preencher todos estes requisitos. Isso porque, como ele é extraído das minas, o governo não consegue ter controle direto, como o papel-moeda que pode ser impresso a qualquer necessidade de mercado.
E quais as perspectivas para o ouro em 2023?
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, disse que o ouro funciona como uma commodity e como um ativo financeiro de proteção em relação à inflação. Ele explicou que, como é previsto pelo mercado, o risco de inflação global vem diminuindo ao longo dos últimos meses, espera que a demanda de proteção seja pequena.
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“Um fator de incerteza é a recente derrocada de criptomoedas, que receberam um fluxo relevante nos últimos anos, que usualmente seria direcionado ao ouro. Essa novidade tecnológica pode trazer volatilidade ao preço do ouro, mas não vemos motivo para uma alta acelerada em 2023”, disse ele.
Como investir em ouro?
Existem várias formas de investir em ouro. Atualmente, existem três formas principais à disposição dos interessados.
A primeiras delas é por meio da própria bolsa de valores: nesse item, o investidor consegue fazer seu investimento por meio do acesso ao seu home broker de sua corretora de valores. Daí ele consegue comprar contratos futuros do metal aurífero.
A segunda forma é por meio de fundos de investimentos: nessa forma o investidor pode comprar cotas de fundos com exposição na compra e venda de ouro. Com relação à opção anterior, esta é considerada bem mais simples, pois o investidor faz somente a compra das cotas e a compra do metal fica sob a responsabilidade da gestora do fundo.
Por fim, a terceira forma de investir é comprar o próprio ouro físico, onde o investidor faz a compra por meio de empresas especializadas e recebe o lingote, barra ou alguma outra forma que o ouro possua, para depósito em algum lugar de confiança. Mas é importante ressaltar que essa é considerada uma alternativa considerada mais arriscada e possui um grau maior de burocracia.
Isso porque o investir precisa comprovar renda para efetivar o investimento, preencher uma porção de formulários e, finalmente, encontrar um lugar de muita confiança para deixar seu ouro armazenado.
Além disso, outro problema que o ouro físico possui é encontrar uma instituição que possa compra o ouro em barra ou lingote.
Ainda assim, o ouro permanece como um investimento considerado atrativo. Segundo o economista John Maynard Keynes, o metal pode ser considerado uma “relíquia bárbara” e, entre os anos de 2000-2011, o metal proporcionou um retorno acumulado de 441%.
Há décadas, o ouro era considerado o lastro de diversas moedas – na qual elas asseguravam seu valor de mercado. Prova disso, é o Acordo de Bretton-Woods de 1944. Naquela época, o Federal Reserve (Fed) tomou o compromisso de manter o ouro com um patamar de valor igual a 40% do valor em dólar físico nos Estados Unidos. Com isso, o país conseguiu acumular parto de 75% de toda a reserva de ouro mundial.
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