O governo japonês anunciou nesta segunda-feira, 17, em leitura preliminar, que o PIB do Japão encolheu a um ritmo anualizado de 6,3% no último trimestre de 2019. Segundo levantamento da Reuters, os analistas aguardavam uma redução de 3,7%. No ano, o Produto Interno Bruto (PIB) japonês deve registrar queda de 1,6%.
Os dados marcam o encolhimento mais rápido em cinco anos no país. Foi a maior queda desde o segundo trimestre de 2014 (quando a economia teve contração de 7,4%).
As razões para a queda são três: aumento dos impostos sobre vendas (de 8% para 10% em outubro), os tufões e a guerra comercial sino-americana, que prejudicou o consumo e a produção industrial.
Os gastos com o consumo recuaram 2,9% no trimestre. Também as exportações recuaram 0,1%.
PIB do Japão: recessão já é uma ameaça
O anúncio do esfriamento do PIB do Japão ocorre em meio a novas preocupações com o coronavírus, que prejudica a produção e o turismo, alimentando os temores de que o Japão esteja à beira de uma recessão, segundo reportagem da CNBC. A recessão técnica acontece com dois trimestres consecutivos de crescimento negativo.
“Há uma boa chance de a economia sofrer outra contração entre janeiro e março. O vírus atingirá principalmente o turismo de entrada e as exportações, mas também poderá pesar bastante no consumo doméstico”, afirmou à reportagem da CNBC Taro Saito, pesquisador executivo do NLI Research Institute.
“Se essa epidemia não for contida até a época dos Jogos Olímpicos de Tóquio, os danos à economia serão enormes”, complementou.
PIB deve cair 1,1% em 2020
A previsão dos analistas para 2020 é que o PIB caia 1,1%. Em pronunciamento após a divulgação do PIB, o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura, disse que o governo estava pronto para tomar todas as medidas necessárias e estava observando o impacto que o surto de coronavírus poderia ter na economia e, especificamente, no turismo.
“O governo esperava que a economia do Japão continuasse uma recuperação moderada. Mas devemos estar vigilantes contra o impacto do coronavírus nas economias doméstica e estrangeira”, afirmou.
Montadoras relatam quedas na produção
A Nissan afirmou à CNN Business que precisaria fazer “ajustes temporários na produção” em algumas fábricas no Japão devido à escassez de peças na China.
A Toyota ainda não retomou totalmente os trabalhos nas fábricas.






