A Petrorio (PRIO3) registrou um lucro líquido de R$ 573 milhões no quarto trimestre do ano passado, cifra 854% superior à reportada no mesmo intervalo de 2018.
A empresa informou que o lucro líquido consolidado em 2019 somou R$ 688,5 milhões, um aumento de 236% do ano imediatamente anterior .
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 795,4 milhões, alta de 1324% em relação ao 4º trimestre de 2018. Já o Ebitda ajustado alcançou R$ 278,4, elevação de 307%.
No ano, o Ebitda atingiu R$ 1,3 bilhão, aumento de 406%, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 276%, para R$ 791,9 milhões.
A margem Ebitda somou 143%, alta de 122 pontos porcentuais. Já a margem Ebtida ajustada atingiu 50%, elevação de 23 p.p.
Em 2019, a margem Ebtida alcançou 76%, aumento de 47 p.p. O Ebitda ajustado foi de 48%, crescimento de 23 pontos percentuais.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 158,9 milhões, ante R$ R$71,1 milhões positivos no ano anterior.
Segundo a companhia,”a principal razão para esta diferença se deve à variação cambial sobre as novas dívidas e provisão de abandono em dólar, que impactaram significativamente os resultados do 1T19 e 3T19. Somados a este impacto não-caixa estão R$ 54,9 milhões de gastos com juros das dívidas que a Companhia passou a ter para financiar suas atividades e aquisições”.
Operacional
A receita líquida da Petrorio totalizou R$ 1,6 bilhão em 2019, significando uma expansão de 94% na comparação anual. No 4º trimestre, a companhia obteve receita recorde, de R$ 558 milhões, 108,4% superior ao mesmo período do ano anterior.
A empresa explica que “o forte incremento na receita é atribuído ao aumento no número de barris vendidos, decorrentes da conclusão da aquisição de 52% do Campo de Frade,em março de 2019 e 18% adicionais em outubro de 2019”.
A margem bruta anual atingiu 55,8%, alta de 9,3 pontos porcentuais.
Despesas
As despesas gerais e administrativas que incluem gastos com M&A, projetos, geologia e geofísica somaram R$ 124,8 milhões, alta de 8%, representando 7,6% da receita líquida.
De acordo com a petroleira, “o aumento verifica-se pelo aumento de despesas com impostos e taxas, parcialmente compensado por uma redução de despesas com geologia e geofísica”.
Outras receitas (despesas) operacionais em 2019 foi impactado positivamente pelo efeito, não-caixa, do ganho sobre as aquisições das entidades detentoras de 51,74% e 18,26% no Campo de Frade, bem como o FPSO atuando no Campo. “O impacto destas aquisições foi parcialmente compensado pelo efeito, também não-caixa, da revisão anual de provisões referentes a contingências fiscais, perda parcial de arbitragem com a Tuscany (ver ITRs 1Q15 e 2Q17) e perda sobre ativos não circulantes, atribuída à duas sondas helitransportáveis disponíveis para venda”.
Aquisições
A companhia afirma que o ano passado teve destaque na agenda de M&A. “Realizamos quatro transações ao longo do ano, que acreditamos irão gerar valor para Companhia, nos permitindo realizar ainda mais transações para frente”.
No início deste ano, a Petrorio comunicou a aquisição do Campo de Tubarão Martelo(TBMT). “O projeto nos dará a oportunidade de interligação do campo à Polvo, destravando uma série de projetos de valor à nossa operação”, conforme informou a empresa.
Com essa aquisição, será possível a interligação entre os campos de Polvo e TBMT, o que irá gerar maiores sinergias, reduções do lifting cost (custo de extração) e a extensão da vida econômica dos campos.
Produção
A companhia informou que o “principal destaque operacional no ano, o Campo de Frade contribuiu para o crescimento de 64,6%no volume produzido em 2019,ante 2018, e para o crescimento de 83,3% no 4T19 frente a igual trimestre do ano anterior”.
Em 2019, a PetroRio reconheceu a venda de aproximadamente 6,4 milhões de barris, sendo 3 milhões no campo de Frade e 3,4 milhões de Polvo. Esse montante representa um avanço de 90,8% no volume anual vendido pela empresa. O preço médio bruto de venda foi US$ 64,7 por barril, queda de 7% em relação ao ano anterior.
IFRS 16
Em janeiro do ano passado, a empresa aderiu a mudança da regra IFRS 16. Essa alteração unifica o tratamento de arrendamentos operacionais e financeiros, afetando substancialmente o balanço da Petrorio, especialmente pelo arrendamento do FPSO de Polvo.
A nova regra requer que arrendatários incorporem o direito de uso dos ativos sujeitos de arrendamento operacional no balanço como um ativo, bem como a obrigação dos pagamentos futuros do arrendamento como passivo.
A mudança impactou a empresa de várias formas. No Balanço, o IFRS 16 na contabilidade elevou o ativo em R$ 503 milhões e o passivo em R$ 552milhões, no 4T1. “O custo de arrendamento operacional passou a ser incorporado no resultado financeiro como uma despesa de juros do arrendamento e o direito de uso do ativo passa a ser amortizado, incorrendo em custos maiores com depreciação”.
Segundo a companhia, “ao todo, o lucro do ano foi afetado negativamente em R$ 52,6 milhões com a mudança de regra contábil.






