O ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), informou nesta sexta-feira (21) que a Petrobras e os trabalhadores chegaram a um acordo para por fim à greve que já durava 20 dias e era a segunda maior paralisação da história da categoria.
O acordo ainda parcial entre as partes diz que metade dos dias parados será descontada e que a outra metade dos dias terá de ser compensada; que a multa aplicada aos sindicados foi reduzida de R$ 58,5 milhões para R$ 2,47 milhões; e que a Petrobras vai suspender a aplicação da nova tabela de turnos, que passará a ser feita pelos trabalhadores.
Uma das reivindicações dos petroleiros será decidida na próxima quinta-feira (27), depois do Carnaval, quando haverá uma reunião para discutir as demissões na Araucária Nitrogenados (Ansa), subsidiária da Petrobras.
O ministro saiu da audiência dizendo aos repórteres: “conseguimos resolver a questão da tabela de turnos, conseguimos resolver também, de certa forma, a questão de dias parados e a questão das multas e agora ficou para quinta-feira que vem uma mesa de negociação em relação a questão da Ansa”.
Ansa
A paralisação dos petroleiros começou dia 1º de fevereiro. Os trabalhadores pediam a suspensão das demissões na Ansa. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), as demissões afetaram mais de mil famílias.
Por sua vez, Petrobras já anunciou a “hibernação” da fábrica, isto é, a interrupção da produção no local. A empresa informou, em nota, que a fábrica tem apresentado recorrentes prejuízos desde que foi adquirida, em 2013: “de janeiro a setembro de 2019, a empresa gerou um prejuízo de cerca de R$ 250 milhões e a projeção para 2020 é de prejuízo superior a R$ 400 milhões”.
O ministro Ives Gandra não acredita que a Petrobras voltará atrás da decisão, mas na reunião do dia 27 serão discutidas eventuais vantagens para os trabalhadores demitidos e o reaproveitamento deles pela estatal.
Gandra diz que “a expectativa é nós conseguirmos dar um encaminhamento que satisfaça trabalhadores, que resolva o problema da empresa, mas, agora, dificilmente poderemos reverter a questão da empresa voltar a funcionar porque ela está realmente desativada. O que estou me propondo a fazer é negociar o que é possível em termos de vantagem para os trabalhadores e eventual aproveitamento de algum trabalhar pela empresa”.
“Desde o começo, a pauta da greve era a abertura de negociação sobre o fechamento da fábrica. Isso foi feito hoje”, afirmou Cibele Vieira, coordenadora da FUP.
Já para Deyvid Bacelar, diretor do sindicato, “somente o fato dessa greve histórica ter conseguido arrancar um espaço de negociação, que a empresa não queria fazer, não queria exercer, é sim uma vitória para nós estarmos avançando no processo de negociação do acordo coletivo de trabalho”.
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