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Investidor deve olhar para o que a Oi (OIBR3) entregará, dizem analistas

Investidor deve olhar para o que a Oi (OIBR3) entregará, dizem analistas

Apesar de todo cenário nebuloso em que a operadora de telefonia Oi esteve envolvida nos últimos anos – e que redundou no processo de recuperação judicial – suas ações ainda despertam interesse de investidores. As cotações saíram de um patamar de R$ 4 em meados de 2017 e estão na faixa de R$ 1, o […]

Apesar de todo cenário nebuloso em que a operadora de telefonia Oi esteve envolvida nos últimos anos – e que redundou no processo de recuperação judicial – suas ações ainda despertam interesse de investidores. As cotações saíram de um patamar de R$ 4 em meados de 2017 e estão na faixa de R$ 1, o que tem levado muitos a comprarem o papel, acreditando em uma recuperação.

Relatório produzido pela Toro Investimentos adverte, no entanto, que o preço da ação não é o principal. O importante é o valor embutido no negócio e, para calculá-lo, é preciso fazer uma criteriosa análise da empresa.

Prós

A Oi tem a seu favor alguns fatores, como ser a operadora com maior presença entre as concorrentes em telefonia fixa, podendo usar sua rede para distribuir outros produtos e serviços. Também contribui o dever de casa feito após a recuperação judicial, com uma brutal redução de sua dívida, de R$ 65 bilhões para cerca de R$ 16 bilhões. Adicionalmente, a empresa tem avançado no programa de venda de ativos e possui um plano estratégico agressivo de crescimento da rede de fibra ótica. Por fim, ela se beneficia muito da reforma da lei das telecomunicações (PLC 79) que trocou o modelo via concessão para autorização em telefonia fixa. Isso, segundo o relatório, evita custos desnecessários, além de possibilitar a monetização de bens reversíveis (bens investidos pela Oi que seriam devolvidos ao Estado). O relatório destaca que a Oi foi uma das mais beneficiadas com a reforma, em razão sobretudo da economia com a manutenção de orelhões.

Contras

Mas há vários aspectos negativos que não endossam a compra dos papéis, como a concorrência em banda larga fixa e a baixa atuação da Oi fora do eixo das grandes cidades; a pequena relevância hoje da telefonia fixa, que é onde a empresa tem maior presença; o menor poder de fogo em relação às concorrentes no que diz respeito a investimentos em telefonia móvel e fibra ótica e a perda acelerada de caixa, justamente em razão da necessidade de investimentos.

A Toro vê oportunidade de investimentos em Oi em 2020 se algumas variáveis se realizarem, como a continuidade do plano de venda de ativos e uma eventual fusão ou aquisição da operadora, além da possível saída da recuperação judicial e a continuidade dos ganhos com a reforma das telecomunicações. É necessário, segundo o relatório, que os investidores interessados em comprar as ações ou manter posições acompanhem a evolução da empresa nos próximos meses, pois “não há garantias de que o panorama apresentado sobre as ações de Oi realmente aconteça”. A Toro recomenda que a exposição à Oi não supere em 5% o total de capital disponível para investir em renda variável.

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Investidores

Os papéis da Oi são os que possuem o maior volume de investidores pessoa física na Bolsa brasileira. Mas 38,4% do capital está nas mãos de estrangeiros como Goldentree, York Global Fund, Brookfield e Solus, informa o relatório. Sua história é marcada por interferência política, trocas seguidas de controle, problemas de governança. Começou suas operações em 1998 como Telemar e em 2008 fundiu-se com a Brasil Telecom, que passou a operar praticamente toda a comunicação de telefonia fixa no País, exceto em São Paulo.

Foi considerada por anos como a “supertele brasileira”, recebendo incentivos de governos passados e aportes de fundos de pensão de estatais e empréstimos do BNDES. Mas a telefonia fixa, que era sua principal atividade, foi perdendo espaço e a empresa viu sua rentabilidade cair, o que, junto com inúmeros problemas financeiros e encargos judiciais, culminou no seu pedido de recuperação judicial.