O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) avançou 2,2 pontos em fevereiro. E agora marca 115,1 pontos. Este é o maior nível desde setembro de 2019, quando marcava 116,9 pontos.
Para o superintendente de estatísticas públicas da FGV Aloisio Campelo Jr, fatores externos têm influenciado o resultado do índice. Ele enumera a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a ameaça de conflito entre EUA e Irã e, mais recentemente, o avanço do coronavírus e suas incertezas, como motivadores de incerteza.
“Desde julho de 2015 que o Indicador de Incerteza da FGV vem se mantendo acima do elevado patamar de 110 pontos, com uma média de 115 pontos. Exceto pelo semestre de setembro de 2017 a fevereiro de 2018, e em outros cinco meses isolados. Durante este período, na maioria das vezes, fatores relacionados ao ambiente interno sustentaram os níveis elevados de incerteza. Nos últimos três meses, no entanto, os choques que levaram novamente o indicador à média dos últimos anos se originaram no exterior. Primeiro, a guerra comercial EUA-China. Depois, o conflito EUA x Irã. E, em fevereiro, a epidemia de coronavírus, com seus possíveis impactos sobre o desempenho da economia mundial em 2020”, afirma.
Indicador de Incerteza: componentes de Mídia e Expectativa sobem
Em fevereiro, os dois componentes que compõem o Indicador de Incerteza caminharam no mesmo sentido.
O componente de Mídia subiu 1,4 ponto, para 113 pontos, contribuindo em 1,2 ponto para o comportamento do índice geral no mês. Ele é baseado na frequência de notícias com menção à incerteza nas mídias impressa e online.
O componente de Expectativa subiu 4,8 pontos, para 117,3 pontos, contribuindo em 1 ponto para a alta da incerteza. Ele é construído a partir da média dos coeficientes de variação das previsões dos analistas econômicos. As análises são reportadas na pesquisa Focus do Banco Central.






