O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado nessa quarta-feira (19), caiu 0,5% em fevereiro, em comparação a relação a janeiro de 2020, e ficou em 64,8 pontos. Essa foi a primeira queda em quatro meses. Foram três altas consecutivas, em novembro, dezembro e janeiro.
Mesmo com a queda, o ICEI está 10 pontos acima da média histórica, que é de 54,8 pontos. Além disso, está 0,3 ponto mais alto do que o registrado em fevereiro de 2019, a mais alta pontuação até aqui, com 64,5. O ICEI varia de zero a cem pontos. Quando estão acima de 50 pontos mostram que os empresários estão confiantes. Abaixo de 50 mostra desconfiança.
“A confiança permanece elevada. Isso significa que os empresários continuam dispostos a aumentar a produção, as contratações e os investimentos”, observa o economista da CNI Marcelo Azevedo.
Análise da queda
Segundo informação da própria CNI, “a queda na confiança é resultado da redução da percepção sobre as condições atuais e das estimativas para os próximos seis meses sobre as condições da economia e das empresas. Azevedo destaca que a queda na confiança se deve mais à mudança da percepção dos empresários com relação às condições atuais e futuras da economia brasileira do que sobre as próprias empresas”.
O índice geral de condições atuais das empresas e da economia diminuiu 0,6 ponto frente a janeiro e ficou em 58,4 pontos neste mês. O índice de expectativas para os próximos seis meses recuou 0,5 ponto e ficou em 67,9 pontos.
“Enquanto os índices relacionados à empresa, seja relativo à avaliação das condições atuais seja às expectativas, recuaram menos de meio ponto entre janeiro e fevereiro, os índices relacionados à economia brasileira registraram quedas de mais de um ponto. Cabe ressaltar, no entanto, que todos os indicadores continuam acima da linha divisória dos 50 pontos, o que mostra percepção de melhora nas condições atuais e nas expectativas, das empresas e da economia”, afirma o economista.
Pequenas e grandes empresas no ICEI
A confiança mostrada pelo economista da CNI alterna em graduação quando se trata de pequenas, médias e grandes empresas. A confiança nas pequenas aumentou 0,2 ponto de janeiro para fevereiro. Nas médias empresas, a confiança caiu 0,5 ponto. Já nas grandes, a queda foi maior, de 0,9 ponto.
Mesmo com a queda mais acentuada, a confiança ainda é maior nas grandes empresas. O ICEI foi de 65,5 pontos neste mês, acima da média nacional e 0,3 ponto mais alto do que o mesmo mês em 2019. Nas pequenas, o índice está em 63,6 pontos, também 0,3 ponto mais alto do quem no ano passado. E nas médias, 64,4 pontos, 0,2 ponto mais alto do que no segundo mês de 2019.
Divisão por segmento
O segmento de Transformação é o com mais confiança, chegando a 65,2 pontos, 0,5 ponto abaixo do que em janeiro, mas 0,5 ponto acima de fevereiro de 2019.
O segmento da indústria Extrativa ficou com 65,1 pontos, subindo 1,4 ponto em relação a janeiro, mas caindo 1,6 ponto em relação ao ano passado.
E a área de Construção chegou a 62,9 pontos, com queda de 1,1 em relação a janeiro e de 0,4, comparando-se com fevereiro de 2019.
Por região
A região Sul é que apresenta maior confiança, com 66,7 pontos; seguida da Centro-Oeste, com 65,5%; da Norte, com 64,7%; da Nordeste, com 63,8 pontos; e finalmente da Sudeste, com 63,7 pontos.
Segundo a CNI, “diferentemente do total da indústria, a confiança dos empresários do Centro-Oeste aumentou em fevereiro. O ICEI da região aumentou 0,9 ponto na comparação com janeiro. Os empresários industriais das demais regiões do País apresentaram piora em sua confiança na comparação com janeiro. As maiores variações negativas foram registradas nas regiões Sudeste e Nordeste, de 0,9 ponto e 0,7 ponto, respectivamente. A região Sudeste é a única cujo índice de confiança é inferior ao registrado em fevereiro de 2019, com
recuo de 0,6 ponto”.
Esta edição do ICEI foi feita entre 3 e 12 de fevereiro com 2.393 empresas. Dessas, 931 são pequenas, 875 são médias e 587 são de grande porte.
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